No Brasil, uma das principais causas por prejuízos dentro de uma granja de suínos é a ocorrência de doenças respiratórias. O problema persiste pois muitos suinocultores ainda não aplicam métodos corretos de combate em seus estabelecimentos. De acordo com o médico veterinário e diretor Técnico da Microvet, José Lúcio do Santos, são muitos os vírus que causam as enfermidades nos suínos, por isso, um diagnóstico preciso, obtido com estudos aprofundados, é fundamental para reduzir a ocorrência de doenças respiratórias. Este assunto foi tema de uma palestra promovida pela Associação Paulista de Criadores de Suínos (APCS) ontem (22/08), na cidade de Campinas (SP). “Atualmente, o suinocultor dispõe de diversas ferramentas, como as vacinas, para prevenir e controlar doenças respiratórias em seu plantel”, comenta Santos. “No entanto, a falta de conhecimento prejudica a sua produção”.
Segundo Santos, as principais doenças respiratórias que atingem suínos no mundo inteiro são causadas por vírus. Os principais são PRRS (Síndrome Reprodutiva e Respiratória dos Suínos, ausente no Brasil), PCV2 (Circovirose Suína), SIV (Influenza Suína), AD (Doença de Aujeszky) e PRCV (Coronavírus Respiratório dos Suínos). Grande concentração de suínos na granja, baixa ventilação, alto fluxo de animais, estresse, mudanças bruscas de temperatura, umidade elevada e falta de sanitização, informa o veterinário, são fatores que facilitam as infecções virais que adoecem os animais. “Uma vez identificada a doença e o patógeno primário, o suinocultor deverá delinear uma estratégia junto a um médico veterinário e outros especialistas”, explica Santos, enfatizando que o diagnóstico preciso é fundamental para o combate correto das doenças respiratórias. “São muitos vírus e doenças com sintomas semelhantes, o que pode confundir o produtor. Apenas um estudo de caso detalhado identifica o patógeno e os suínos doentes de forma eficaz”.
Cuidado com medicamentos
De acordo com Santos, o combate às doenças respiratórias em suínos no Brasil é feito basicamente com o uso de medicamentos na água e ração para o controle de doença. Porém, o veterinário pontua que o suinocultor deve, primeiramente, fazer um maior controle do fluxo e manejo dos suínos e analisar a imunidade de seu rebanho antes de partir para a medicação. “O brasileiro pula etapas simplesmente porque é mais fácil. Mas o mais fácil não é o mais eficaz”, destaca Santos. “Um tratamento a longo prazo, passo a passo, resulta em melhores resultados para o plantel de suínos. O suinocultor precisa resolver, e não acobertar seu problema”, finalizou.
A apresentação do diretor Técnico da Microvet, que também detalha cada doença respiratória, está disponível no site da APCS, na seção “Palestras”. Clique aqui e acesse.