As exportações do Brasil aos países árabes renderam US$ 1,824 bilhões em agosto, um aumento de 51% sobre o mesmo mês do ano passado, de acordo com informações do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC). O valor é recorde mensal.
Entre os principais produtos embarcados para a região houve aumento nas vendas de açúcar, minérios, carne de frango, milho, máquinas e equipamentos, produtos químicos inorgânicos, café e bovinos vivos. As exportações de óleos vegetais permaneceram praticamente estáveis e as de carne bovina recuaram.
“As exportações de minério de ferro surpreenderam positivamente, pois mostram que a indústria [local] continua trabalhando, apesar dos problemas na região”, disse o CEO da Câmara de Comércio Árabe Brasileira, Michel Alaby. “Isso significa que eles (os árabes) estão produzindo aço, investindo em construção e na indústria de transformação”, acrescentou.
A demanda do setor de construção pode ser vista também nos números das vendas de máquinas e equipamentos. Itens como niveladoras, escavadeiras e outros do gênero responderam por boa parte das exportações desse capítulo no mês.
O minério brasileiro atendeu ainda à demanda do Porto de Sohar, em Omã, onde a mineradora Vale tem uma usina de pelotização e um terminal marítimo.
“No caso dos alimentos, [o crescimento] é natural, para conter a inflação”, afirmou Alaby. Há muito receio no mundo árabe com o aumento dos preços das commodities agrícolas no mercado internacional, o que tem levado países da região a acumularem estoques reguladores.
No ano, as exportações do Brasil ao Oriente Médio e Norte da África somaram US$ 9,69 bilhões, um avanço de 32% em comparação com o período de janeiro a agosto de 2010. “A tendência é manter esse crescimento até o final do ano”, declarou Alaby.
Destaque para o avanço das vendas à Argélia, que passaram de US$ 1 bilhão, um aumento de 128% sobre os oito primeiros meses do ano passado; aos Emirados Árabes Unidos, que renderam US$ 1,4 bilhão, um crescimento de 32%; a Omã, que somaram US$ 489 milhões, ou 494% a mais; e à Tunísia, que ficaram em US$ 282 milhões, um acréscimo de 154%.
Os maiores destinos dos produtos brasileiros foram a Arábia Saudita, com importações de US$ 2,35 bilhões, um crescimento de 26% em comparação com o período de janeiro a agosto do ano passado; o Egito, com US$ 1,47 bilhão, um aumento de 27%; os Emirados, a Argélia; e o Marrocos, com US$ 495,5 milhões, um avanço de 25%.
Importações – Na outra mão, as importações brasileiras de produtos árabes somaram US$ 913 milhões em agosto, um aumento de 81% sobre o mesmo mês de 2010. No acumulado do ano, as compras chegaram a US$ 6,4 bilhões, um avanço de 43% em relação ao período de janeiro a agosto do ano passado.
Destaque, no mês e no ano, para o aumento das importações de petróleo e derivados, fertilizantes e plásticos. De janeiro a agosto, houve ainda avanço expressivo das importações de produtos químicos inorgânicos, algodão, vidros e borracha.