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Economia

Alerta nos frigoríficos

Balanço do trimestre deve mostrar piora na situação financeira de frigoríficos. Um dos pontos de preocupação é com o endividamento.

Alerta nos frigoríficos

Os grandes frigoríficos de capital aberto preparam os balanços do terceiro trimestre. Analistas acreditam que os relatórios podem mostrar uma piora da situação financeira de algumas companhias. Um dos pontos de preocupação é com o endividamento, que, em alguns casos, é três vezes maior que a geração de caixa.

Segundo os especialistas, o setor tem sofrido pressão do custo mais alto. Além disso, frigoríficos como JBS e Marfrig estão bastante endividados, consequência de uma forte política de expansão. A situação deixou o mercado em alerta. A exceção é a Brasil Foods. A empresa que uniu Sadia e Perdigão tem um endividamento menor, uma produção mais diversificada e marcas conhecidas internacionalmente.

“Existe uma pressão do mercado para elas reduzirem esse endividamento. Estruturar melhor as operações, integrar melhor as coisas que compraram, ficar só com o que vale a pena e gerar mais resultado pra eles”, explica o analista da SLW Corretora, Cauê Pinheiro.

“Não podemos, de forma nenhuma, analisar a situação como grave, de emergência. Evidentemente não é uma situação confortável. Basta pegar os números e verificar. As empresas, infelizmente, estão no vermelho, não estão fazendo lucro. Então, isso é realmente um problema complicado”, ressalta o analista da Informa Economics FNP, José Vicente Ferraz.

Problema que pode aparecer de modo mais acentuado nos balanços do terceiro trimestre das empresas, acreditam os analistas.

“Não é previsível ter grandes melhorias. É o mínimo que se pode dizer. Provavelmente a situação ou continue a mesma do trimestre anterior ou até mesmo se agrave”,  avalia Ferraz.

“Terceiro trimestre ainda deve ser impactado pelas dívidas, que vão ser recontabilizadas. O dólar subiu bastante. Eles tem uma parte considerável da dívida atrelada ao dólar, mais ou menos 70% para a Marfrig e uns 80% para a JBS e isso deve gerar um prejuízo não-caixa, mas um prejuízo contábil”, aponta Pinheiro.

Os especialistas acreditam em recuperação no médio e longo prazo. A alta do dólar deve ter efeito positivo sobre as exportações. Além disso, foram adotadas medidas de reestruturação. A Marfrig, por exemplo, anunciou a venda de ativos e mudanças operacionais.

“Devem surtir efeito no médio e longo prazo. É o que o mercado espera. As ações ainda estão bastante depreciadas e o mercado está esperando realmente para ver como vão ficar os resultados dessas medidas para dar o preço da ação”, diz Pinheiro.