O presidente da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), Mauricio Tolmasquim, disse na última quarta (26), que não há previsão para que as termelétricas a carvão mineral voltem a ser cadastradas nos leilões realizados pelo governo voltados para a contratação de energia destinada ao abastecimento do sistema elétrico brasileiro.
O presidente da EPE afirmou que o Brasil dispõe de uma “abundância” de fontes de geração consideradas mais limpas do ponto de vista ambiental que as térmicas a carvão mineral, como as hidrelétricas e outras termelétricas de biomassa e gás natural. Tolmasquim disse que a EPE não pode descumprir as diretrizes do governo que deixou de tratar o carvão mineral como fonte prioritária.
Durante audiência na Câmara dos Deputados, Tolmasquim disse que o governo chegou a publicar um decreto sobre mudanças climáticas que obriga os órgãos do setor a adotar medidas para reduzir as emissões de gases poluentes. “Esse é um elemento que o setor de planejamento não pode ignorar”, disse ele ao justificar a ausência de térmicas a carvão no Plano Decenal de Energia 2011-2020.
Tolmasquim destacou que, caso não seja viabilizados empreendimentos de fontes renováveis, o pode optar pelo uso mais acentuado de termelétricas. “O plano não é determinativo, é apenas uma indicação de prioridades”, afirmou ao se referir ao planejamento para os próximos 10 anos.
O último leilão de energia que cadastrou empreendimentos com geração a partir do carvão mineral foi realizado em 2008. A defesa desta fonte de energia elétrica foi encabeçada na audiência pública pelo deputado Afonso Hamm (PP-RS) e outras entidades que defende a utilização do combustível no aumento da diversificação da matriz energética.
A preocupação do parlamentar está relacionada ao risco de desativação das usinas instaladas no Rio Grande do Sul e os possíveis impactos negativos sobre região. O deputado deixou a audiência pública dizendo que o assunto seria tratado em reunião marcada com a ministra-chefe da Casa Civil, Gleisi Hoffmann.