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2010

2010, o ano das culturas permanentes

RC Consultores mostra que a receita total deverá atingir o recorde de R$ 180,4 bilhões este ano.

2010, o ano das culturas permanentes

ideradas por cana e café, as culturas permanentes deverão ser as grandes responsáveis pela recuperação da receita agrícola (“da porteira para dentro”) das principais lavouras do país em 2010.

Levantamento mais recente da RC Consultores mostra que a receita total deverá atingir o recorde de R$ 180,4 bilhões este ano, 9,4% mais que em 2009, quando houve queda de 5,3%. Os grãos continuarão a representar a maior parte do valor estimado (R$ 85,5 bilhões, aumento de 1,8%), mas são as permanentes que tendem a puxar o incremento do valor total com um salto de 21%, para R$ 68,6 bilhões.

“Esta é a safra das culturas permanentes”, resume Fabio Silveira, economista da RC responsável pelas projeções divulgadas. “Os números mostram que é possível falar em recuperação do agronegócio brasileiro em 2010, mas que essa recuperação não será homogênea”, diz o especialista.

As últimas previsões do Ministério da Agricultura sobre o valor bruto da produção agrícola nacional este ano, publicadas em fevereiro, apontam mais ou menos as mesmas tendências traçadas por Silveira. Números atualizados do governo sairão do forno nos próximos dias, após novos levantamentos de Conab e IBGE para a safra de grãos que está em fase de colheita.

Conforme a RC, dos R$ 15,5 bilhões a mais na receita total projetada para 2010, R$ 11,9 bilhões virão das culturas permanentes. Nesse grupo, a locomotiva é a cana, cuja receita deverá totalizar R$ 33,9 bilhões, aumento de R$ 6,9 bilhões (25,6%) em relação a 2009. Mas a receita do café deverá subir mais, 27%, para R$ 20,2 bilhões.

De acordo com Silveira, o aumento da oferta de cana com o fim da entressafra e mais as plantações do ciclo passado que não foram processadas por causa das chuvas deverá tirar sustentação dos preços de açúcar e etanol. Ainda assim, acredita, ao longo deste ano ambos deverão ficar, em média, mais atraentes do que em 2009.

Para o açúcar, cujas cotações internacionais seguem elevadas por causa da escassez na Índia, que voltou a importar o produto, Silveira estima preços médios domésticos 35% superiores; para o etanol anidro (misturado à gasolina), o aumento na média anual no mercado interno foi projetado em 25%.

No caso do café, boa parte do incremento de receita previsto pela RC decorre do maior volume de produção (14,3%), ainda que para os preços a tendência seja de sustentação em virtude dos magros estoques internacionais.

A laranja completa a lista das culturas permanentes mais importantes que deverão alavancar a receita agrícola total em 2010. No caso da fruta, que sofre a influência da redução de oferta de suco da Flórida, a RC estima aumento de 6%, para R$ 8,9 bilhões.

Já no campo dos grãos, a liderança da soja entre as culturas agrícolas de maior receita do país não está ameaçada, mas o aumento previsto – 6,3%, para R$ 48,7 bilhões – está atrelado ao crescimento da safra (16%), não dos preços. Estes deverão seguir mais baixos do que no ano passado nos mercados externo e interno, em razão do aumento da oferta. Em contrapartida, a RC ratifica os cenários de queda para as receitas de milho (7,3%, para R$ 16,4 bilhões) e arroz (8,6%, para R$ 8,5 bilhões), dois produtos que deverão apresentar quedas nas colheitas em 2010.