Considerado um prato exótico, a carne de pato é pouco conhecida ao paladar dos brasileiros. Apesar disto, este nicho de mercado comemora os resultados positivos de 2009 e projeta grandes feitos para este ano. De acordo com Marcondes Aurélio Moser, diretor Comercial da Villa Germânia*, ano após ano o Brasil está tecnificando sua produção de patos, e a tecnologia usada neste tipo de criação é a mesma utilizada na avicultura de frango industrial.
Marcondes explica que a carne de pato produzida pela empresa abastece plenamente o mercado interno. No Brasil, o atendimento vai desde as grandes redes de supermercados, butiques de carne, médio e pequeno varejo, até restaurantes de culinária regional (alemã no Sul, e brasileira no Norte), chinesa (nos grandes centros) e a clássica gastronomia francesa em restaurantes finos das grandes capitais. “Estamos em todos os segmentos, quer seja com venda direta ou via distribuidores”, afirma.
Entretanto, o maior destino de sua produção está nas exportações. Somente em 2009, das 3.600 toneladas produzidas, aproximadamente 2 mil toneladas foram exportadas. “Um incremento de 66% nas exportações, se comparado com 2008 [1.200t]”, pontua Marcondes. Segundo ele, os principais destinos da carne de pato produzida no Brasil são Oriente Médio, Japão, Hong Kong e ilhas, como a Nova Caledônia, no Oceano Pacífico. “Foi um ano positivo e de crescimento. Nossa empresa teve um incremento em vendas na ordem de mais de 60% se comparado com 2008”, disse o diretor da Villa Germânia. “Isso se deve ao aumento expressivo tanto no mercado interno como no externo”. Dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) indicam que, apenas para os países árabes, as exportações passaram de US$ 1,59 milhão entre janeiro e agosto de 2008, para US$ 2,49 milhões no mesmo período de 2009. Houve um aumento de 56% na receita com as vendas do produto para a região. Em volume, o crescimento das exportações foi parecido (55%), de 573,5 toneladas para 889,2 toneladas.
Para 2010, Marcondes espera crescimento em produção e vendas na ordem de 30%. Ele estima que novos mercados sejam abertos, em especial o europeu, e que uma ação de marketing doméstico também seja realizada. O diretor ainda acredita que o Brasil consegue ser um país competitivo e pode produzir carne de pato a custos menores que os produtores europeus e asiáticos. “Hoje, a Ásia não exporta produto cru devido a barreiras sanitárias [causadas pela gripe aviária]. Somente exporta produtos cozidos”, explica Marcondes. “Isso abre frente ao produto in natura brasileiro, tanto para Europa, que é nosso objetivo para 2010, bem como para outros novos destinos”.
Atualmente, o criador de pato brasileiro utiliza as linhagens francesas e britânicas. “As melhores do mundo”, diz Marcondes. “Temos todos os atributos para acenar ao mundo que, além de frango, suínos e bovinos, o Brasil será o país do futuro para a produção mundial de pato”.
*A Villa Germânia detém mais de 90% das exportações nacionais de carne de pato e é responsável por 75% da produção nacional. A indústria catarinense trabalha em parceria – ou integração – com 40 criadores de aves.