O IqPR – Índice Quadrissemanal de Preços Recebidos pela Agropecuária Paulista registrou alta de 6,88% na terceira quadrissemana de Março, de acordo com os pesquisadores do Instituto de Economia Agrícola – IEA/Apta da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo. Os produtos que registraram as maiores altas foram: tomate (84,98%), banana nanica (51,53%), feijão (44,78%), laranja para mesa (44,19%), carne suína (9,16%) e ovos (8,55%).
Para o tomate para mesa continua o movimento de alta nos preços uma vez que os plantios prejudicados pelas fortes chuvas produziram escassez conjuntural desse produto perecível. Menores índices pluviométricos e temperaturas mais amenas devem propiciar a ampliação da oferta do produto no prazo de algumas semanas.
Os preços da banana finalmente refletem o resultado das fortes enchentes ocorridas em fevereiro. Uma redução de oferta acrescida de expansão do consumo peculiar no período de outono ainda deve provocar aumentos acentuados dos preços da fruta nas próximas semanas. Ressalte-se que os preços da banana estiveram muito baixos durante os meses de verão, ensejando recuperação seguida de alta.
No feijão, os preços estiveram baixos durante todo o ano de 2009 e também no primeiro bimestre de 2010 e a recuperação dos preços nas últimas semanas permitiu atingir nesta terceira quadrissemana de março de 2010, patamar compatível com os custos médios de produção. Vislumbra-se face à escassez derivada de longo período de preços não remuneradores, um período de cotações elevadas para os preços deste produto básico da alimentação.
Na laranja de mesa, a ocorrência do verão – elevando o consumo de sucos – associada às chuvas em grande intensidade no segundo semestre de 2009 e início de 2010 prejudicaram as floradas, causando uma diminuição da oferta nesse início de ano que impactou as cotações, recuperando-as. Somado a isso, em fevereiro, com o findar da safra, a oferta desta fruta se reduz de forma significativa, afetando os preços com pressões para alta.
Esse fato está refletido também nas cotações da laranja para indústria e associado à recuperação dos preços do suco de laranja nos principais mercados. Os reduzidos estoques internacionais de sucos cítricos funcionam como alavanca desse aumento de preços, revertendo a conjuntura desfavorável que se verificou em 2009. No caso dos ovos, a redução do alojamento de matrizes verificada no final do ano de 2009 levou à diminuição da oferta de ovos.
Os produtos que apresentaram as maiores quedas de preços na terceira quadrissemana de março foram: arroz (8,01%), carne de frango (4,56%), soja (4,06%), trigo (3,82%) e milho (2,62%).
O início da safra de arroz no Rio Grande do Sul e em outros estados sulistas e do Centro-Oeste derrubaram as cotações do produto. Na carne de frango, a ampla oferta e a queda da remuneração das exportações pela valorização cambial, aliada à oferta de carne bovina barata, impulsionaram os preços para baixo. Por outro lado, os menores preços da carne de frango refletem a redução dos custos de produção derivada da queda de preços de milho e soja.
Para a soja, depois de anunciada safra recorde com crescimento de 30% associada ao início da colheita, as cotações do produto recuaram, gerando remuneração líquida abaixo dos custos de produção. No caso do milho, a entrada da safra numa situação em que não foram retomadas as exportações brasileiras comparando com a realidade anterior à crise internacional, pressiona os preços para baixo. A queda de preços de soja e milho proporciona a redução dos custos de produção de carnes, principalmente do frango, cujos preços apresentaram queda.