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USDA prevê aumento da oferta de grãos

Cenário poderá colaborar para a perda de sustentação dos preços internacionais.

USDA prevê aumento da oferta de grãos

Quase tão aguardado quanto a convocação da seleção brasileira de futebol que vai à Copa do Mundo da África do Sul, o primeiro relatório do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) sobre oferta e demanda de grãos no País e no mundo na safra 2010/11, também divulgado ontem (10/05), apontou elevação dos estoques finais globais de milho, trigo e soja em relação a 2009/10.

Se confirmado ao longo do desenvolvimento das lavouras do Hemisfério Norte, que estão sendo semeadas, o cenário poderá colaborar para a perda de sustentação dos preços internacionais dos grãos nos próximos meses. O relatório do USDA trouxe estimativas para as colheitas no Hemisfério Sul em 2010/11, mas como o plantio por aqui começará só no fim do terceiro trimestre – exceto o do trigo, que está em andamento -, há tempo de sobra para ajustes.

Conforme as estimativas do USDA, os estoques finais mundiais de milho deverão aumentar 4,9% na temporada 2010/11, mais que os de soja (3,7%) e os de trigo (2,4%). Previsões de incrementos nos estoques finais dos três produtos nos EUA colaboram para os crescimentos globais apontados, o que eleva o peso “baixista” do relatório sobre as cotações nas bolsas americanas. No milho, como realçou a analista Flávia Sologuren, da Celeres, o USDA também elevou em 2% sua projeção para os estoques globais neste ciclo 2009/10, apesar de ter derrubado a previsão para os estoques dos EUA em 8,5%.

Na soja, diz Renato Sayeg, da Tetras Corretora, a relação entre estoques finais e demanda seguirá elevada no mundo e nos EUA se as estimativas se confirmarem, e de fato haverá pouco espaço para altas. “Mas é cedo para saber se isso vai mesmo acontecer”. No quadro global, apesar da boa demanda chinesa, os estoques de soja representarão 26,8% da demanda em 2010/11, ante 27,1% em 2009/10 e 19,4% em 2008/09. No milho, a relação está calculada em 18,6% no novo ciclo, acima de 2009/10 (18,2%) e de 2008/09 (18,2%); no trigo, o percentual será de 29,7%, mesmo nível do ciclo anterior mas acima de 2008/09 (25,7%).

O próprio USDA sinalizou que, diante desse horizonte, as cotações dificilmente subirão. Levando em conta a bolsa de Chicago, o órgão apontou que os preços do trigo deverão ficar entre US$ 4,10 e US$ 5,10 por bushel em 2010/11, ante a média de US$ 4,90 prevista para 2009/10. No milho, a média estimada para 2010/11 está entre US$ 3,20 e US$ 3,80, ante US$ 3,50 a US$ 3,70 no ciclo que chega ao fim. Na soja, a média deverá ficar de US$ 8 a US$ 9,50, ante os US$ 9,50 de 2009/10.

Ontem, com menos influência do USDA e mais dos movimentos financeiros derivados da crise europeia, os contratos futuros de segunda posição de entrega (normalmente os de maior liquidez) do trigo encerraram a sessão em Chicago negociados a US$ 4,9325 por bushel, alta de 0,50 centavo. Mesmo com a alta do dólar, na soja o mesmo vencimento subiu 5 centavos, para US$ 9,66 por bushel, e a alta do milho foi de 6,50 centavos, para US$ 3,77 por bushel.