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Economia

Crescimento do BR

Para ex-ministro da Fazenda, Antônio Delfim Netto, Brasil pode crescer até 7,8% em 2010. "País deve aperfeiçoar política econômica".

O ex-ministro da Fazenda, Antônio Delfim Netto, estima em até 7,8% o crescimento do país em 2010. O economista foi o palestrante da manhã desta sexta-feira (10) do XIII Congresso Brasileiro do Cooperativismo. Delfim fez análise da conjuntura econômica do País, listou os problemas a serem superados e as perspectivas de expansão para os próximos anos.
  
“O desafio do Brasil é aperfeiçoar a política econômica e tornar o Estado mais eficiente, reduzindo os gastos com custeio para ampliar os investimentos”, afirmou. De acordo com o ex-ministro, na década de 70, a carga tributária brasileira correspondia a 24% do PIB (Produto Interno Bruto), e desse montante arrecadado pelo menos 4% eram utilizados em investimentos. Hoje, a arrecadação de impostos equivale a 36% do PIB e apenas 1,5% retorna na forma de investimento. “O governo precisa ter controle eficaz de suas despesas sem comprometer o crescimento e sem aumentar a carga tributária”, enfatizou.
 
Segundo Delfim, a taxa cambial do país poderia ser mais competitiva e estável para os exportadores se os juros (Selic) não fossem utilizados como mecanismo contra alta inflacionária. “A diferença entre a taxa interna e a externa explica a maioria das oscilações cambiais. Não existe razão para mantermos os juros elevados, em patamar superior a uma taxa real de 4,5%”, afirmou.

  
Delfim defendeu um “esforço imenso” de investimentos na Embrapa e outros institutos de pesquisa, para que o país mantenha-se na ponta no setor de energia renovável, principalmente etanol. “O mundo caminha para o uso mais verde de energia, algo que o Brasil já faz com eficiência e inovação”, disse. Sobre o pré-sal, o ex-ministro o considera um “bônus e uma grande oportunidade de superar os problemas energéticos”, mas faz ressalvas.
  
“Temos que saber usá-lo, principalmente desenvolvendo uma indústria petroquímica, para utilizar de forma nobre nossas reservas, sem a preocupação de tornar o país um grande exportador de petróleo”, concluiu. Ao fim da palestra, Delfim Netto recebeu das mãos do presidente da OCB, Márcio Lopes de Freitas, a medalha Roberto Rodrigues do Cooperativismo Brasileiro. O dirigente o convidou para participar da rede de professores e estudiosos para o desenvolvimento do setor cooperativista, convite aceito de imediato pelo economista.
 
 A programação da XIII Congresso teve sequência com o painel “O desafio da Inovação”, que foi mediado pelo ex-ministro da Agricultura, Roberto Rodrigues, e contou com a participação de cooperados, dirigentes, executivos e colaboradores de cooperativas.
  
Promovido pela Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB), o evento que tem como tema “Cooperativismo é sustentabilidade: o desafio da inovação” prossegue até amanhã(11). Com informações da OCB/Ocepar