Os números registrados em 2010 e apresentados pela Federação da Agricultura e Pecuária de Goiás (Faeg) demonstram que a economia e o setor agropecuário tiveram melhor desempenho que no último ano, mostrando recuperação. Desde 2008, a recessão colocou em queda praticamente todos os indicadores macroeconômicos mundiais.
De acordo com o presidente da entidade e titular da Comissão de Cereais, Fibras e Oleaginosas da CNA, José Mário Schreiner, este ano se encerra com desempenho maior e melhor que o registrado em 2009, em níveis nacional e regional. Schreiner explica que o PIB brasileiro no acumulado até setembro de 2010, se comparado com o mesmo período de 2009, cresceu 8,4% alcançando R$ 937 bilhões. Nesse mesmo período, o setor agropecuário nacional cresceu 7,8%.
Segundo a Faeg, entre os grandes desafios para o próximo ano, além dos temas já debatidos em 2010, está a volta da inflação.
“Trata-se de um fator que pode afetar de forma decisiva as previsões de crescimento para o agronegócio brasileiro e goiano. Há um cenário de aumento do consumo interno e externo puxado, principalmente, pela China e há a expectativa de que os preços das commodities permaneçam em níveis razoáveis no próximo ano”, disse o presidente durante a coletiva.
Espera-se que o crescimento do PIB nacional para 2011 seja em torno dos 5,5%, mantendo a meta de inflação em torno de 4,5%. Schreiner acredita que mesmo com a valorização do real, deve haver crescimento das exportações brasileiras do agronegócio para 2011 impulsionadas, sobretudo, pela melhoria da produtividade no campo.
Produção goiana – Em Goiás, semelhante ao projetado para o Brasil, a Faeg prevê que deverá ocorrer aumento da área e da produção agrícola. Segundo dados da entidade, a área plantada com cereais, fibras e oleaginosas deverá crescer 1,8% em relação à última safra, resultado do crescimento das áreas de soja e algodão. A entidade acredita que a produção goiana poderá chegar aos 13,57 milhões de toneladas, superior aos 13,46 milhões registrados na safra 2009/2010.
Schreiner fez um alerta sobre o início de uma escalada nos preços dos principais insumos agropecuários, sobretudo, fertilizantes. Essa valorização ocorre em função do aumento da demanda mundial e pela deficiente logística de recebimento desses fertilizantes nos portos brasileiros.