Depois do recuo do Paraná no projeto de suspender a vacinação contra a febre aftosa, a Secretaria da Agricultura do Rio Grande do Sul publicou nota afirmando que não há um cronograma para a adoção da medida no Estado. O comunicado foi divulgado para eliminar a “intranquilidade” que começava a se instalar entre os criadores com o avanço das discussões sobre o assunto, disse o secretário Gilmar Tietböhl.
Segundo ele, o reconhecimento do Estado como área livre da doença sem vacinação é desejo de toda a cadeia produtiva local, mas o processo deve ser encaminhado com “cautela” e, de preferência, em harmonia com os demais países da América do Sul, em especial Uruguai e Argentina, que têm fronteira com o Rio Grande do Sul.
De acordo com o secretário, os criadores revelaram receio quanto a uma eventual retirada da vacina sem a preparação plena dos sistemas de defesa sanitária da região e a decisão do Paraná “aproxima” o Estado da posição gaúcha.
Para o presidente da Federação da Agricultura do Rio Grande do Sul (Farsul), Carlos Sperotto, o problema é que muita gente começou a “palpitar” nas discussões sobre o assunto e a “ansiedade” é perigosa para o setor. Em abril de 2000, depois de mais de seis anos sem a doença, o Estado suspendeu a vacinação, mas em agosto do mesmo ano surgiu em Joia o primeiro dos mais de 20 focos que em seguida se espalhariam pelo noroeste gaúcho. Segundo Sperotto, tanto a nota da secretaria quanto a decisão do Paraná foram “justas e sensatas”.