A prioridade dos exportadores de frango brasileiro é dobrar o número de plantas habilitadas a vender o produto para a China. Atualmente, existem 24 fornecedores aprovados por esse importador no Brasil. A informação foi divulgada nesta quinta, dia 12, pelo diretor de mercados da União Brasileira de Avicultura (Ubabef), Ricardo Santin, após participar de reunião com representantes dos Ministérios da Agricultura e das Relações Exteriores, em Brasília, em que o tema foi debatido.
De acordo com Santin, as vendas começaram tímidas para a China, mas atualmente a comercialização atinge a marca de 10 a 12 mil toneladas mensais. A expectativa é a de que até o final do ano, as exportações cheguem a 70 mil toneladas para aquele país. Com a possibilidade da ampliação das plantas, a projeção do setor é a de pelo menos dobrar as vendas de aves, que estão muito distantes da demanda chinesa.
“Poderemos dobrar com tranquilidade. Podemos falar até em triplicar o volume”, considerou o diretor.
Outro ponto considerado como urgente pelo setor e que foi tratado na reunião com os representantes dos ministérios hoje é o da negociação com a Índia para que reduza as tarifas de importação do produto. Atualmente, segundo o diretor da Ubabef, o país taxa a entrada de cortes de frango e frango processado em 100%. Para o produto in natura, a taxa é de 30%. “Isso inviabiliza os negócios”, resumiu.
Mercados
Além disso, foi determinada hoje durante a reunião a lista dos sete mercados de maior interesse dos exportadores brasileiros. São eles: Indonésia, Malásia, Nigéria, Sudão, Senegal, Colômbia e México.
“Muitos destes mercados já estão abertos, mas as tarifas também são muito altas e queremos que o nosso governo negocie com o deles”, disse Santin.
Ele explicou que a Indonésia é um dos principais mercados porque o país conta com uma população de 240 milhões de pessoas e cujo consumo per capita anual de frango é de apenas cinco quilos por habitante. No Brasil, essa medida está em 34 quilos por pessoa ao ano.
Apesar de terem definido a lista dos principais mercados na reunião, ao todo foram mencionados 37 países que necessitam ações específicas por parte do governo e da iniciativa privada para serem abertos ou ampliados. “Elaboramos um documento que cita os problemas item a item, e país a país”, disse o diretor da Ubabef.
Segundo ele, no encontro foi criado um fórum de monitoramento das ações do Estado e marcada uma nova reunião para acompanhar o andamento das questões daqui a dois meses.
“Muitas vezes, o problema é simples, mas falta comunicação entre as partes”, finaliza.