Não é nada tranquila, entre os pecuaristas gaúchos, esta intenção de acabar com a vacinação contra febre aftosa no rebanho bovino, com o objetivo de conquistar o status de “livre de aftosa sem vacinação”. Nomes importantes do setor, como Francisco Chardong, da Farsul, Valter José Pötter, da Conexão Delta G, e o próprio secretário da Agricultura, Gilmar Tietböhl Rodrigues, entendem que é preciso muita cautela para uma decisão deste tipo, pois o surgimento de um caso só de animal com aftosa colocará a perder todo o trabalho feito nos últimos anos, não só vacinando o rebanho, como reconquistando o mercado para o gado e a carne, inclusive em âmbito internacional.
Aftosa II
Suspender, segundo Chardong, “é um risco muito grande”. Hermes Ribeiro, diretor do Agronegócio da Secretaria da Agricultura, observa que Santa Catarina tem o status de “livre de aftosa sem vacinação” e o Uruguai de “livre de aftosa com vacinação” e, nem por isso, Santa Catarina “ganhou mais mercado que o Uruguai”. Tietböhl disse que a secretaria só vai decidir “se houver todas as garantias de que a doença não vai voltar, não podemos ter pressa, o momento é de cautela”. O ministério da Agricultura prefere ter o País “livre de aftosa com vacinação”, uma meta para este ano, segundo o secretário de Defesa Agropecuária, Francisco Jardim, que considera a erradicação da doença, em todo o Brasil, uma das prioridades para 2010.
Otimismo
Todos os dirigentes de entidades do agronegócio que falaram, no lançamento da 33ª edição, mostraram-se otimistas quanto aos resultados da próxima Expointer, inclusive a governadora Yeda Crusius, que espera comercialização maior do que em 2009. Alguns lamentaram a diminuição do preço mínimo do trigo, feita pelo governo federal, e outros, ao destacarem as boas safras, disseram que “a agricultura vai bem, mas o produtor rural enfrenta dificuldades para fechar as contas”.