Redação (12/03/2009) – O deputado federal Dagoberto (PDT/MS) e o deputado estadual sul-mato-grossense, Paulo Corrêa (PR), solicitaram a intervenção da Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) para que haja redução no valor da energia elétrica cobrado dos 1,2 mil aviários (criação de frangos) no Estado. O setor quer tarifa semelhante a oferecida às indústrias. Atualmente são abatidos 470 mil aves por dia no Estado, com 90% destinadas à exportação. A Aneel recomendou que a Enersul oriente donos de aviários sobre os benefícios a que têm direito.
Hoje, as indústrias que estão instaladas no Estado têm redução de 10% no valor da tarifa, percentual reivindicado pelos aviários, explicou Corrêa ao diretor da Aneel, Romeu Rufino, que recebeu os dois parlamentares sul-mato-grossenses, em Brasília, na noite de terça na sede da agências. “Se não criarmos mecanismos para ajudá-los, vai haver desemprego, os aviários vão fechar. Como o produtor de frangos vai conseguir manter a rentabilidade que lhe garanta a manutenção do empreendimento. A situação é tão crítica que eles (aviários) não querem mais pintinhos. Se não houver socorro, será um desastre para o Estado, com a quebra de dezenas de assentados ”, afirmou Dagoberto.
Corrêa exemplificou a Rufino o caso do município de Terenos, onde a produção d efrengos é intensa. “Lá, em Terenos, existem 128 galpões (aviários) de frangos, cada um com um produtor rural. Eles estão quebrando por causa do custo da energia elétrica, que é muito elevada”, afirmou Dagoberto.
Rufino explicou que a Enersul (Empresa Energética de Mato Grosso do Sul), tem de explicar os usuários sobre os benefícios a que têm direto. “É claro que é obrigação da concessionária orientar em qual faixa de consumo os aviários devem se enquadrar”, afirmou o diretor da Aneel, referindo-se a questões técnicas nas quais podem se enquadrar os produtores e, assegurando uma tarifa reduzida.
“Os aviários podem não estar usufruindo os benefícios, por isso é preciso ser verificada a classificação”, enfatizou Rufino na reunião.
O setor avícola sul-mato-grossense ocupa o 6º lugar no ranking nacional, com o abate de mais de 470 mil aves por dia. Da produção total, 90% é destinada à exportação. Os principais importadores de frango do Mato Grosso do Sul são a União Européia, Rússia e Oriente Médio. Somente no Estado, o setor emprega mais de cinco mil pessoas.
O Estado conta com seis indústrias, que fornecem ao produtor o animal (pintinho), a ração e muitas vezes até financia o aviário. Com isso o produtor tem o compromisso de entregar o frango pronto para o abate na indústria. Dos 1.200 aviários em Mato Grosso do Sul, 770 estão integrados a esse sistema, de acordo com a Famasul (Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso do Sul).