Redação (18/02/2009)- Renovados temores a respeito da dimensão da crise global derrubaram as cotações. Foi uma conjunção de fatores desastrosa para a sustentação dos preços. A queda das bolsas de valores e do preço do barril do petróleo somou-se ao fortalecimento do dólar, a ajustes técnicos dos contratos e à melhora das condições climáticas na América do Sul. A seca na Argentina vinha sustentando os preços dos grãos em patamares altos nas últimas semanas.
Na bolsa de Chicago, os contratos futuros de soja para maio caíram 53,25 centavos de dólar, ou 5,5%, para US$ 9,0450 por bushel. Os contratos de milho de mesmo vencimento recuaram 14,25 cents, ou 3,8%, para US$ 3,59 por bushel. No trigo, a baixa de 3,7% em Chicago (20,25 cents), levou os papéis a US$ 5,28 por bushel.
Sinais de melhora no clima na América do Sul já estavam sendo assimilados pelas cotações nas últimas semanas. Com o tombo das bolsas, o quadro de perdas ganhou força. Entre as três principais commodities agrícolas, o trigo é a que mais perde em 2009 – a queda acumulada neste ano dos contratos de segunda posição de entrega, normalmente os de maior liquidez, já chega a 15,32%, segundo cálculos do Valor Data. Milho e soja acumulam perda de 14,06% e 7,70%, respectivamente.
Em contrapartida, a trinca permanece acima dos níveis de 5 de dezembro. Naquele momento, eles desceram a suas menores cotações pós-julho, quando as commodities agrícolas bateram recordes históricos. Desde o nível mais baixo "pós-picos", os papéis de segunda posição de soja, milho e trigo acumulam altas de 14,89%, 16,09% e 11,04%, respectivamente, segundo o Valor Data.