São Paulo, janeiro de 1912 – Volume V – Nº 1 – RS 12$000
Antecessora da revista Suinocultura Industrial, da Gessulli Agribusiness
No seu bem elaborado relatório ao exmo. Sr. Dr. Secretário do Interior, o sr. Dr. Oscar Thompson director geral da Instrucção Pública do Estado de S. Paulo, assim escreve a respeito da educação agrícola nas escolas:
– Em nosso meio, num paiz cuja maior necessidade econômica esta na producção de suas terras e onde a agricultura é remuneradora, estas duas inclinações se não deviam manifestar tão intensivamente como se vae succedendo.
– Nossas escolas podem concorrer para diminuir a manifestação dessas tendências, porém não têm feito. O cultivo literário tem sido a preocupação dominadora de nosso apparelho escolar.
– Julgamos por isso que a feição das escolas públicas paulistas, sem quebra de seu espírito moderno, deve ser essencialmente agrícola. Não seria mau, repitamos as palavras de Assis Brazil, que os jovens brazileiros se familiarizassem mais com a ideia de que haviam de cultivar a terra do que com o pensamento de que serão pretendentes a empregos públicos.
– A cultura da terra é a novidade da época e nella está, não há negar, nosso futuro, nosso progresso.
– Longe de nós, porém, a ideia de converter as escolas públicas em aprendizados agrícolas, em campos de experiência e de adestrar as crianças no manejo de instrumentos aratórios.
– É preciso, porém, que, ao lado do ensino intuitivo da botânica, da zoologia e das noções de sciencias physicas e naturaes, seja feita diariamente nas escolas a descripção da vida do campo quer pelo lado higiênico, quer pela face econômica e pela belleza natural como um meio de propaganda suggestiva a favor dos trabalhos agrícolas, tornando-os assim mais attrahentes aos olhos da infância.
– Os livros de leitura, as licções oraes dos mestres, os exercícios escriptos, o desenho, os quadros que ornamentam a sala da aula devem buscar de preferência seus motivos nos factos e scenas da vida agrícola brazileira.