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Safras de Argentina e Brasil sofrem revisão para baixo após seca

Os danos já ocorridos nos cultivos do Brasil e da Argentina impulsionaram os preços, e as previsões estendidas para o outono não são favoráveis.

Redação (11/02/2009)- A previsão para a safra de soja 2008/2009 da Argentina, terceiro produtor mundial, foi reduzida de 49,5 milhões de toneladas para 43,8 milhões, de acordo com levantamento do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA). Na temporada anterior, os argentinos produziram 46,2 milhões de toneladas do grão da oleaginosa.

O órgão norte-americano reduziu ainda mais a safra de trigo da Argentina, para 8,4 milhões de toneladas. Em janeiro, a previsão do USDA era de 9,5 milhões e na safra passada o país produziu 16,30 milhões.

A Argentina está sofrendo a pior seca em mais de 40 anos. O longo período de estiagem já destruiu boa parte da lavoura e provocou a morte de quase 1 milhão de cabeças de gado. Segundo a Bolsa de Cereais de Buenos Aires, a produção da oleaginosa pode apresentar queda de até 25% em relação ao ciclo passado, e a de milho até 40%, enquanto que a colheita do trigo já seria a menor dos últimos 20 anos.

Para a colheita da oleaginosa no Brasil, a redução também foi expressiva. Segundo as estimativas do USDA, a safra de soja no País atingirá 57 milhões de toneladas, uma forte queda ante a previsão divulgada em janeiro, de 59 milhões de toneladas. A previsão também apresenta declínio em comparação com a safra 2007/2008, de 61 milhões de toneladas.

Os danos já ocorridos nos cultivos do Brasil e da Argentina impulsionaram os preços, e as previsões estendidas para o outono não são favoráveis. A retração dos estoques finais de soja nos EUA deve elevar ainda mais a cotação do grão.

O relatório de fevereiro elevou a projeção para as exportações norte-americanas. Para a temporada 2008/2009, a projeção é de que a produção fique em 2,959 bilhões de bushels – 80,53 milhões de toneladas, repetindo a previsão de janeiro. A exportação teve sua projeção elevada de 1,100 bilhão de bushels (29,94 milhões de toneladas) para 1,150 bilhão (31,28 milhões). Com isso, os estoques de passagem recuaram de 225 milhões de bushels, o equivalente a 6,12 milhões de toneladas, para 210 milhões de bushels, ou 5,72 milhões de toneladas. A previsão de preço médio do USDA passou para US$ 8,75 a US$ 9,75 por bushel. Em janeiro, a estimativa esta de US$ 8,50 a US$ 9,50.

Segundo o USDA, a elevação nos estoques de passagem é consequência do ajuste para cima nas exportações, que superou o corte no esmagamento. O bom resultado dos embarques, superando as expectativas, principalmente para a China teria motivado esta revisão.