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Fertilizante chega a piso mínimo

A queda foi puxada principalmente pela redução nas cotações dos fosfatados.

Redação (18/02/2009)- Os preços dos fertilizantes em janeiro caíram 15%. A queda foi puxada principalmente pela redução nas cotações dos fosfatados, que além da baixa demanda, os preços das matérias-primas despencarem. Mas as cotações reagiram diante do enxuga-mento parcial dos estoques e, segundo os analistas, devem se estabilizar nos níveis apurados em fevereiro.

Além da redução do volume estocado, as compras para semear a safra de inverno promoveram uma reação dos preços dos nitrogenados. Levantamento da Scot Consultoria, aponta alta de 6,8% do nutriente em relação a janeiro. No mesmo período, a uréia registrou aumento de 8,3% e é negociada no mercado interno a R$780 a tonelada. Já o sulfato de amônio teve alta de 10,3% em relação a janeiro e é vendido a R$533 a tonelada.

A reação da demanda nesses primeiros meses do ano também conteve a queda dos preços. As empresas que comercializam os produtos registraram alta nas vendas em virtude dos preços baixos. "As aquisições de fertilizantes foram feitas para o plantio da safrinha no Paraná e Mato Grosso, mas também foram registradas compras antecipadas, principalmente no Mato Grosso", revela Rafael Ribeiro, zootecnista e consultor da Scot.

Indiferente à variação do mercado, o cloreto de potássio se manteve acima dos US$ 800 a tonelada. A oferta do nutriente foi reduzida pelas grandes e poucas produtoras mundiais, controle que manteve o preço firme, quando não provocou alta. De acordo com dados da Scot, o cloreto de potássio está 3% mais caro em relação a janeiro. A tonelada atualmente é negociada a R$1,7 mil. Em comparação a dezembro de 2008, a alta é de quase 5%. "Os preços atuais, em termos nominais, são os mais altos da história". A perspectiva, segundo as empresas consultadas pela consultoria, é de que o preço do cloreto de potássio permaneça nesse patamar.

No caso dos fertilizantes fosfatados, o mercado continua em baixa. A cotação do superfosfato simples já acumula queda superior a 50% desde outubro do ano passado. "Somente de janeiro para fevereiro houve recuo de 14%, ou seja, o mercado se mantém em tendência de baixa", analisa.

O super fosfato simples é comercializado a R$430 a tonelada, patamar bem próximo do registrado no final de 2007, período que antecedeu a grande alta nos preços dos fertilizantes em geral.

Rafael Ribeiro pondera, contudo, que a variação dos preços deve ser freada pelo esfriamento da demanda. "As compras para a safrinha já foram praticamente concluídas, os volumes negociados a partir de agora são referentes às antecipações".

Para o consultor, os preços dos fertilizantes ficaram vulneráveis a demanda comprimida pela falta de crédito, o que gerou um certo estoque de passagem estimado em mais de seis milhões de toneladas. "Mas o mercado já foi ajustado, as empresas não estão mais tão estocadas", calcula Ribeiro. Até os fosfatados já chegaram ao preço mínimo, acredita o consultor. Representantes do setor estimam que a cotação do nutriente deve permanecer entre R$ 500 e R$ 600 a tonelada. "A tendência agora é a manutenção dos preços. O mercado não está aquecido nesse momento por causa da entressafra, e é assim que ele deve continuar", afirma Rafael Ribeiro.

A entrega de fertilizantes passou de 24,6 milhões de toneladas em 2007, para 22,4 milhões de toneladas em 2008. A produção ficou em 8,8 milhões de toneladas, já as importações apontaram 15,5 milhões de toneladas. Segundo dados da Associação Brasileira dos Produtores de Calcário Agrícola (Abracal), em 2007 a produção de calcário foi de 22,7 milhões de toneladas e, em 2008, de 21,7 milhões de toneladas. A expectativa para 2009 é alcançar 22 milhões de toneladas.