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Clima

Meta climática encarece produção

<p>A meta de redução de emissões para o agronegócio vai custar R$ 10 bilhões para os produtores. Ela vai de 4,9% a 6,1%, até 2020.</p>

O ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes, avalia que serão necessários cerca de R$ 10 bilhões a mais em créditos disponíveis no Plano Agrícola e Pecuário, que na safra atual é de R$ 107,5 bilhões, para que a agropecuária possa cumprir as metas de redução das emissões de gases de efeito estufa. A meta de redução de emissões para o setor foi estabelecida pelo governo e vai de 4,9% a 6,1%, até 2020.

Segundo ele, esses recursos seriam emprestados a produtores rurais que aplicassem tecnologias que gerem redução dessas emissões. Stephanes disse que as tecnologias já são aplicadas atualmente, mas serão ampliadas. Além de oferecer mais crédito, o governo deve gastar, anualmente, cerca de R$ 1 bilhão na equalização dos juros privilegiados a quem participar dessa linha especial de crédito e R$ 500 milhões para reativar o sistema de assistência técnica rural. “Deve-se fazer financiamento com juros privilegiados, criando prêmios a quem usa essas tecnologias como o plantio direto”, afirmou o ministro.

Stephanes afirmou que a postura de países como Estados Unidos e China, que evitam definir metas numéricas para reduzir as emissões de gases de efeito estufa, “não surpreende, mas é triste.” “Esses países, com a União Europeia, são, historicamente, responsáveis por 80% das emissões e, no fundo, ainda são eles que mandam ONGs para vir aqui dizer o que se deve fazer”, afirmou o ministro. “O Greenpeace deveria estar lá falando o que devem fazer em relação a isso, e não aqui”, completou.

O ministro reforçou que o cumprimento das metas estabelecidas para a agropecuária é plenamente viável. “É um processo em que todos ganham, inclusive os produtores, com melhora do solo e da produtividade”, garantiu.

O ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, criticou a posição de países ricos que tentam adiar a definição de um novo acordo climático, prevista para dezembro, durante a reunião da Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, em Copenhague.

Minc afirmou que o fato de os dois maiores emissores de gases de efeito estufa – Estados Unidos e China – não estarem dispostos a um compromisso numérico de redução “é uma ducha de água quente nas negociações” que aumenta ainda mais a temperatura do planeta. “Parece que fizeram um pacto de abraço dos afogados para um justificar a falta de empenho do outro. Já estávamos com problemas para chegar a um acordo. Isso é inaceitável”, declarou o ministro.