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Empresas

Sanofi abre quarta fábrica no Brasil

<p>Nova unidade vai permitir a entrada do grupo francês no segmento de anticoncepcionais. Investimento industrial soma US$45 milhões.</p>

A Sanofi-Aventis aprovou o projeto de construção da fábrica de hormônios da Medley. O investimento na nova unidade industrial, que será erguida no distrito industrial de Brasília (DF), soma US$ 45 milhões (cerca de R$ 75 milhões).

O projeto, que estava em pauta desde que a Sanofi adquiriu a Medley em abril por R$ 1,5 bilhão, permitirá a entrada da fabricante francesa no segundo maior segmento de vendas do setor farmacêutico no país, o de anticoncepcionais.

É um dos únicos segmentos que a empresa, que faturou R$ 3,2 bilhões no ano passado, não atuava no Brasil. As vendas de anticoncepcionais movimentam hoje aproximadamente R$ 1,2 bilhão por ano, e a participação dos genéricos ainda é pequena porque eles só foram autorizados pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) no fim de 2007. A alemã Bayer Schering domina o mercado.

As primeiras versões das pílulas genéricas da Medley chegarão ao mercado em 2012, quando a nova fábrica estiver concluída. A unidade poderá servir também como plataforma de exportação.

Com a quarta unidade industrial no país, que terá capacidade de produção de 50 milhões de unidades por ano, a Sanofi poderá produzir quase meio bilhão de medicamentos anualmente. O complexo fabril da Sanofi – que inclui também unidades em Suzano, Campinas e Sumaré – será o maior da farmacêutica fora da França, seu país de origem.

O anúncio foi feito pelo presidente mundial da Sanofi-Aventis, Christopher Viehbacher, em sua primeira visita ao Brasil, depois de inspecionar as instalações industriais da empresa no interior de São Paulo e participar de uma jornada de reuniões internas com funcionários.

Antes de viajar ao Rio de Janeiro para a abertura de uma exposição cultural promovida pela farmacêutica, Viehbacher disse em conversa com os jornalistas num resort em Mogi das Cruzes que o Brasil já tinha uma importância nos negócios do laboratório, mas que ganhou uma nova relevância na estratégia global da empresa.

“As farmacêuticas estavam dedicadas a atuação em pequenas moléculas para serem vendidas aos ricos, como EUA e Europa”, afirmou. “O modelo teve de mudar por duas razões: não é sustentável porque faltam “blockbusters” (medicamentos campeões de vendas) e não é ético porque 80% das nossas vendas estavam dedicadas para 20% da população.”

A compra da Medley faz parte da nova estratégia da Sanofi adotada por Viehbacher desde que assumiu o comando da empresa no fim de 2008. “O Brasil é um dos cinco maiores mercados para a empresa.” Segundo levantamento realizado pelo IMS Health, a empresa é a que mais fatura nos países emergentes, e o Brasil é seu maior mercado fora das nações desenvolvidas.

O executivo, que tem cidadania canadense e alemã e fez carreira por 20 anos na inglesa GlaxoSmithKline (GSK), tem defendido a diversificação da Sanofi como forma para compensar a queda na receita a partir do fim das patentes dos “blockbusters”. O foco tem sido atuar desde os remédios vendidos sob receita médica e OTC (vendas a varejo) a até com medicamentos genéricos e vacinas.

Para atuar localmente, Viehbacher disse que o plano de negócios segue conforme as características de cada mercado. A Medley recebeu autonomia para atuação, sendo uma empresa independente à sua subsidiária brasileira, que apenas a supervisiona. “Na China, os atendimentos médicos são feitos todos em hospitais, não existe cuidados primários. Por isso, respeitamos a forma como cada país atua.”