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Meio Ambiente

Países recomeçam negociações climáticas

<p>Delegados de 177 países têm duas semanas para obter avanços que não foram conseguidos nos últimos meses.</p>

O clima em Bancoc, onde estão cerca de 2500 delegados de 177 países para uma série de debates nos próximos 12 dias, não está dos mais propícios para o diálogo, já que a pressão para que as negociações climáticas rumo a um acordo internacional substituto ao Protocolo de Quioto se acelerem é grande e inevitável.

“O tempo não está apenas pressionando, ele está é praticamente se esgotando”, declarou no seu discurso de abertura o chefe executivo da Convenção Quadro de Mudanças Climáticas das Nações Unidas (UNFCCC), Yvo de Boer.

Reforçando esse apelo, o primeiro-ministro tailandês, Abhisit Vejjajiva, lembrou que as futuras gerações que irão sofrer mais com as mudanças climáticas. “Nossos filhos e netos nunca nos perdoarão se não fizermos nada. O tempo é curto, temos apenas mais dois meses até Copenhague.”

Apesar de alertar sobre a falta de ação, de Boer afirmou que ainda há espaço para se progredir. “Em duas semanas, progresso pode ser conseguido em direção ao objetivo de um acordo. Podemos quebrar esta estagnação e com cooperação alcançar algo concreto.”

Bancoc é a penúltima das quatro rodadas formais de negociações de 2009, e o desafio agora é reduzir as mais de 280 páginas que compõem o texto de negociação para algo mais objetivo e concreto.

“Os delegados estão se afogando em papéis. Em três meses foram cortadas apenas 18 páginas, agora será preciso que esse texto base seja reduzido para algo como 50 folhas”, afirmou à AFP a porta-voz do Greenpeace, Tove Ryding.

A ministra para Mudanças Climáticas e Energia da Dinamarca, Connie Hedegaard, alertou os delegados que o mundo está assistindo e demanda deles para que obtenham avanços para o futuro acordo.

“Nós temos uma tarefa tremenda nas mãos. Encaramos a expectativa de cidadãos de todo o mundo. Eles querem ação no combate às mudanças climáticas e querem agora. Se falharmos em agir, sofreremos severas conseqüências”, disse Hedegaard.

Plano F – Muitos esperam que os Estados Unidos assumam a liderança das negociações na próxima semana, mesmo o país tendo proposto metas inferiores a de outros países desenvolvidos, como o Japão.

“Os EUA precisam melhorar suas propostas, ou então as negociações em Bancoc irão seguir o mesmo padrão das anteriores e rumaremos para um fracasso em Copenhague”, afirmou à AP.

Ambientalistas presentes em Bancoc fizeram manifestações pedindo urgência nas negociações e lembraram a atual enchente que está ocorrendo nas Filipinas, a pior nos últimos 40 anos, para dizer que as mudanças climáticas já são uma realidade.

O primeiro ministro tailandês afirmou aos delegados que não há opção se não o avanço das negociações. “Não há plano B. Se falharmos com nosso plano A iremos direto para o plano F, de falhar.”