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Certificação

Carne com garantia de origem

<p>Conceito de indicação geográfica vem ganhando espaço no BR. Setor de carnes acaba de entrar para o grupo de produtos com essa certificação.</p>

O que o champagne francês, os charutos cubanos, o presunto de Parma e o vinho do Porto têm em comum? São produtos reconhecidos por sua qualidade e características típicas, aliados à história e à tradição do país ou região em que são produzidos.

Muito utilizado na Europa, o conceito de indicação geográfica (IG) vem ganhando espaço no Brasil. Já são várias as cadeias produtivas que se utilizam dessa ferramenta de mercado para conferir diferenciais de qualidade e segurança aos alimentos que produzem.

Os vinhos gaúchos do Vale dos Vinhedos, a cachaça de Paraty (RJ), o café do Cerrado mineiro e o couro do Vale dos Sinos são alguns dos produtos que já contam com selos de indicação geográfica no Brasil.

A grande novidade é que o setor de carnes acaba de entrar para o seleto grupo de produtos com esse tipo de certificação.

Carne gaúcha – A carne bovina do Pampa Gaúcho da Campanha Meridional acaba de receber a chancela geográfica. “Trata-se da primeira carne brasileira com indicação de procedência”, afirma Luiz Alberto Machado Borba, médico veterinário do Serviço de Política e Desenvolvimento Agropecuário nos Estados (Sepdag), da Superintendência Federal de Agricultura do Estado do Rio Grande do Sul (SFA-RS), órgão vinculado ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa).

“A conquista do selo de IG traz inúmeros benefícios. Os produtos com esse símbolo inspiram maior confiança ao consumidor. Essa chancela assegura que o produto é genuíno, cuja espeficidade se deve à sua origem, e aumenta seu valor agregado”, completa.

Segundo Borba, a certificação da carne do Pampa Gaúcho abre caminho para que outros setores produtores de proteína animal também obtenham o selo. Inclusive, a avicultura e a suinocultura.

“Tanto o setor avícola quanto o suinícola têm potencial para obter esse tipo de certificação. No Brasil há várias regiões tradicionais na criação de aves e suínos”, avalia o técnico do Mapa. “Tudo vai depender da história, da região, da forma como são criados os animais. Esses são alguns dos critérios que justificam a indicação”, explica.

De olho nos benefício desse tipo de ferramenta, explica Borba, o governo brasileiro tem procurado estimular a formação de associações para a produção de carnes certificadas com indicação geográfica e de procedência. Para tanto, criou um departamento específico para este fim.

“O Governo através do Ministério da Agricultura tem um departamento específico para ajudar as cadeias produtivas a obterem a certificação de origem e a indicação geográfica”, afirma.