As mudanças recentes no protocolo de atendimento da gripe suína do Ministério da Saúde revelam como a doença vem sendo tratada cada vez mais como epidêmica no Brasil. O objetivo primordial passou a ser evitar mortes, e não mais, impedir a todo custo a disseminação do vírus pelo País.
Com quatro novos casos da doença no Rio Grande do Sul, subiu para 15 o número de pessoas mortas pelo vírus Influenza A (H1N1) no Brasil, desde do dia 28 de junho.
Reportagem do jornal Folha de S. Paulo informa que o ministério passou a tratar quem está em estado grave em vez de tentar diagnosticar todo caso suspeito. A fim de diminuir a morbidade e não sobrecarregar o sistema de saúde, só os casos graves são levados para hospitais de referência a fim de confirmar a presença do vírus.
Segundo a assessoria de imprensa do Ministério da Saúde, a recomendação agora é para que a pessoa fique em casa por alguns dias, o que também é aconselhado na gripe comum. Isolamento, só hospitalar e para pacientes em estado grave.
Além disso, as unidades de saúde não precisam mais investigar vínculos do paciente com o exterior ou fazer a perguntas sobre viagens. Precisam só verificar se o paciente tem uma doença respiratória grave, não importa qual, para encaminhá-lo.
Pandemia – A OMS (Organização Mundial da Saúde) elevou o espalhamento da doença ao nível de pandemia devido ao seu alcance, a despeito das mortes que ela causou. Foram mais de 95 mil pessoas atingidas, em 120 países, com 429 mortes.
Na semana passada, a organização desistiu de contar os casos individuais de gripe A (H1N1) e não irá mais emitir boletins globais sobre o número de doentes. Segundo a organização, manter a conta de infectados é muito dispendioso, pois o vírus se espalha rapidamente.
“Nas pandemias anteriores, os vírus gripais precisaram de mais de seis meses para se propagar tanto como aconteceu com o novo vírus A em menos de seis semanas”, afirmou em um comunicado, a organização com sede em Genebra.
A estimativa do ministério é de que pandemia de gripe A pode durar dois meses em grandes centros urbanos. Os cenários estão na terceira versão do documento “Plano Brasileiro de Preparação para uma Pandemia de Influenza”, publicado em abril de 2006 pelo Ministério da Saúde.
Segundo o estudo, epidemias de influenza em grandes centros urbanos se caracterizam pelo início abrupto, atingem seu pico em duas ou três semanas e se prolongam até completar cinco a oito semanas. Isso significa que os números ainda vão piorar antes de melhorar.
A pandemia de gripe provocada pela nova variante do vírus A H1N1 poderá atingir entre 35 milhões e 67 milhões de brasileiros ao longo das próximas cinco a oito semanas. De 3 milhões a 16 milhões desenvolverão algum tipo de complicação a exigir tratamento médico e entre 205 mil e 4,4 milhões precisarão ser hospitalizados.