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Soja lidera altas na BM&FBovespa em 2009

<p>Grão avança 47% até junho. Com impulso do mercado externo, produtos agrícolas sobem na BM&FBovespa.</p>

Com valorização próxima de 50%, a soja encerrou o primeiro semestre como principal destaque entre os produtos agrícolas negociados na BM&FBovespa. Para analistas, a forte valorização do preço do grão na primeira metade do ano pode fazer com que os ganhos no segundo semestre, se ocorrerem, não sejam tão acentuados.

Segundo cálculos do Valor Data, que levam em conta os vencimentos dos contratos que ocupam a segunda posição de entrega (normalmente os de maior liquidez), a soja negociada na bolsa brasileira subiu 46,9%, na média, para US$ 27,03 por saca de 60 quilos. A alta deveu-se especialmente à valorização do grão na bolsa de Chicago, referência internacional para a formação d preços de commodities agrícolas, mas também a perdas nas lavouras brasileiras causadas por problemas climáticos.

“Como já subiu muito, o preço da soja no segundo semestre não deverá ter as mesmas altas que devem ter, por exemplo, milho e café”, afirma Bernardo Coutinho Souza Lima, sócio e diretor da Souza Lima Corretora. Ontem, o Departamento de Agricultura americano (USDA) adicionou mais ingredientes para essa expectativa ao informar, em relatório, que as lavouras de soja deverão ocupar no país 31,35 milhões de hectares na safra 2009/10, área maior que a que foi registrada em 2008/09.

Com alta, na média dos fechamentos, de 40,9%, o açúcar foi outro dos destaques de valorização na BM&FBovespa no segundo semestre. O avanço levou os contratos de segunda posição de entrega ao patamar de US$ 18,85 por saca de 50 quilos, na média. Dos produtos agrícolas negociados na bolsa brasileira, o açúcar foi o único a chegar ao último dia de junho com ganhos no mês, no semestre e nos últimos 12 meses.

A alta é creditada à valorização da commodity no mercado internacional e tem de ser relativizada, reiteram analistas. Na BM&FBovespa, o volume dos negócios com o açúcar é muito baixo – há meses não negociação de etanol, outro dos contratos oferecido pela bolsa brasileira. A demanda caiu depois do declínio do preço do petróleo. “O mercado de açúcar vai continuar muito atento aos movimentos do dólar e às compras efetuadas pela Índia”, diz Arnaldo Luiz Corrêa, gestor de riscos para o mercado agrícola de commodities da Archer Consulting. Corrêa afirma não acompanhar os negócios com açúcar na BM&FBovespa.

A crise dos frigoríficos, que levou muitos deles a pedir recuperação judicial na primeira metade do ano, afetou os negócios com boi gordo na bolsa brasileira, avalia Marcos Barbosa de Lima, da corretora Souza Barros. De janeiro a junho, o boi gordo, produto com maior volume de negócios na BM&FBovespa, acumulou alta de 6,6%, segundo cálculo do Valor Data com os contratos de segunda posição de entrega. Foi a menor valorização entre os produtos agrícolas da bolsa no período.

“Os frigoríficos é que faziam negócios. Com muitos deles fora do mercado, a negociação caiu. Em alguns dias em junho o movimento foi maior no café que no boi gordo”, diz Lima. “E há poucas exportações de carne bovina. No segundo semestre, os negócios deverão continuar nesse ritmo na bolsa”.

Também sob a influência do mercado internacional, o café caiu em junho na BM&FBovespa, mas acumula alta no ano. O milho, por sua vez, fechou o primeiro semestre com alta de 7,4%, na média, segundo o Valor Data.