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Milho fica sem preço rentável e sem espaço

<p>Produtores de safrinha de Cuiabá (MT) se preocupam com estocagem e demanda pelo cereal. Fatores influenciam nas cotações.</p>

Mesmo em fase inicial, produtores de milho safrinha de Sinop e região se preocupam com a falta de espaço para o armazenamento dos grãos. A estimativa do Sindicato Rural é que menos de 15% das lavouras já tenham sido colhidas.

De acordo com a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), o município de Sinop (503 quilômetros ao norte de Cuiabá), por exemplo, possui capacidade para estocar pouco mais de 1 milhão de toneladas de grãos. Porém, grande parte dos armazéns está ocupada com soja, que teve a colheita finalizada em abril, e acaba não abrindo espaço para a entrada do cereal. Outros ainda estão lotados com milho ainda da safra passada.

No armazém que Edemar Carlos Prigo gerencia, a capacidade é para 60 mil toneladas, mas hoje, há espaço para bem menos que isso. “O preço não está bom, então os produtores não vendem e o produto acaba ficando estocado”. Tanto para soja como para o milho, no mercado disponível (balcão), os preços não garantem rentabilidade e os produtores preferem esperar mais um tempo para então comercializar a produção. E esse movimento retarda a estocagem do milho.

O produtor rural, Adelmo Zuanazi, cultivou cerca de 800 hectares nesta safrinha e também está preocupado. “Realmente, se o preço não melhorar, vamos ter problemas”.

Outro fator que vai agravar ainda mais esta situação é a alta produtividade nas lavouras da região. Nos primeiros dias de colheita, Zuanazi teve rendimento de 100 sacas por hectare. “O clima foi favorável, com boa distribuição de chuvas, o que ajudou muito. A produtividade está sendo 25% melhor que na safra passada”.

Vendas

Com estes números, a falta de espaço será agrava no norte e médio norte do Estado – regiões que concentram o cultivo do grão – deve ser já que no ano passado, a média foi de 70 sacas por hectare. “Este ano devemos ficar com média de 90 sacas”.

O escoamento do milho da safra passada também vai depender da interferência do governo federal, já que os atuais preços não estão agradando o setor, por meios dos instrumentos de comercialização. A saca está cotada em torno de R$ 10, mas o preço mínimo, para cobrir os custos, é de R$ 13,20.

Desta forma, o jeito é vender o produto para o governo federal. Pela Aquisição do Governo Federal (AGF), o governo garante o preço mínimo ao produtor. Atualmente, Sinop possui vários armazéns credenciados para receber o produto. Já quem optou pelos contratos de opção no início do ano, vai conseguir vender a safrinha por preços melhores.

Nesta forma de venda, o produtor fecha contrato com o governo por um preço e, quando for comercializar a safra, pode optar em manter o negócio com o governo ou destinar sua produção à indústria, ou seja, para quem estiver pagando mais no momento. Este ano, os contratos foram fechados em R$ 15,30 a saca.

Outra alternativa para os agricultores é o lançamento dos leilões para comercialização. Recentemente, durante negociação com o Ministério da Agricultura, a Associação dos Produtores de Soja e Milho (Aprosoja) garantiu a realização de alguns leilões para melhorar os preços e, assim, cobrir os custos.

O setor também está confiante com as exportações. Em maio, os embarques do grão mato-grossense atingiram 36,9 mil toneladas, volume bem acima do registrado em meses anteriores. Já se comparado com maio de 2008, fica 60% superior.

De acordo com o Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), este ano, 1,667 milhão de toneladas foram enviadas ao mercado externo. Número que já supera o volume exportado entre 2004 e 2006, quando chegou a 1,5 milhão.

* Com informações do Diário de Cuiabá