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Geada no Paraná pode ampliar as perdas na safrinha de milho

<p>O volume de 1,5 milhão de toneladas é menor que o previsto inicialmente, por conta da seca em abril e maio.</p>

Dois dias consecutivos de geadas no Paraná, o maior produtor de milho do Brasil, devem ter causado perdas na safrinha do cereal no Estado, segundo governo estadual e setor produtivo. A safrinha paranaense está estimada em 4,9 milhões de toneladas. O volume é 1,5 milhão de toneladas menor que o previsto inicialmente, por conta da seca em abril e maio.

Mas o frio intenso desta semana, que atingiu lavouras especialmente no oeste do Estado, deve reduzir ainda mais a previsão do governo – em 2008, o Paraná perdeu 1 milhão de toneladas por geadas em 16 e 17 de junho.

“Dá para esperar mais perdas”, disse a agrônoma Margorete Demarchi, do Departamento de Economia Rural (Deral), do governo do Paraná. Segundo ela, só será possível apurar as perdas posteriormente, já que algumas lavouras menos afetadas podem se recuperar. “O pessoal está falando em perdas na faixa de 10% a 20%”, destacou o gerente técnico e econômico da Ocepar (Organização das Cooperativas do Paraná), Flávio Turra, reforçando que os números ainda precisam se levantados.

Se forem confirmadas tais perdas, o Estado teria uma safrinha em torno de 4 milhões de toneladas neste ano, ante 5,78 milhões de 2007/08. Somando com a safra de verão, também afetada por seca, o Paraná colheria em 2008/09, cerca de 10 milhões de toneladas, contra 15 milhões em 2007/08.

Na madrugada de quarta-feira, segundo o Deral, a temperatura mais baixa, entre as principais regiões produtoras, foi verificada em Toledo, no oeste, com -1,5°C . Em Palotina, também no oeste, foi de – 0,1° C. Conforme Margorete, as regionais afetadas por geadas (Toledo, Campo Mourão, Cascavel e Maringá) respondem por 75% da produção de safrinha do Estado, que tem 65% das lavouras ainda em fases suscetíveis a perdas.

Só é possível contabilizar a quebra por geada dias depois da ocorrência do fenômeno porque, dependendo do clima, lavouras menos afetadas ainda conseguem recuperação. “Um clima seco diminui as perdas. Como a estrutura da folha fica comprometida, se chover, apodrece. Se não chover, se recupera em parte”, disse Turra. Já Margorete lembrou que a chuva antes das geadas em algumas regiões pode potencializar perdas.