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Confronto sobre cotas agrícolas aumenta na OMC

<p>Grandes importadores estão querendo ainda mais exceção à liberalização, quando a tentativa é para se mostrar flexibilidade.</p>

Redação (26/11/2008)-  O que deveria levar a convergências terminou em novo afrontamento acalorado entre exportadores e importadores agrícolas em reunião restrita ontem na Organização Mundial do Comércio (OMC), alimentando o ceticismo sobre um acordo até o fim do ano na Rodada Doha. "Grandes importadores estão querendo ainda mais exceção à liberalização, evitando cortes tarifários e buscando cheque em branco, quando a tentativa é para se mostrar flexibilidade", afirmou o embaixador brasileiro na OMC, Roberto Azevedo.

O diretor-geral da organização, Pascal Lamy, marcou para cada começo da noite uma negociação com os principais países, cada dia sobre um tema especialmente complicado, para tentar esta semana definir se é possível uma reunião de ministros em dezembro. Só que ninguém se move. Na segunda-feira, o clima foi pesado na discussão sobre acordos setoriais na área industrial. Ontem, foi a vez de aparecerem as dificuldades no tema de produtos sensíveis na área agrícola, que terão corte tarifário menor.

O Japão, maior importador líquido mundial de alimentos, apareceu com exigências de mais proteção. Agora quer designar 8% de suas linhas tarifárias agrícolas como sensíveis, em vez da proposta de 6% em discussão. Tendo tarifas passando dos 1.000%, os japoneses tampouco aceitam limitar a 100% a maior alíquota no comércio agrícola mundial. Alegam que seu ministro pode ser demitido se aceitar isso e haveria turbulência nas ruas.

O problema se complica porque o Japão e outros membros do G-10, o grupo mais protecionista, que inclui Suíça, Noruega e Coréia do Sul, também não quer pagar uma compensação aos exportadores pelo fato de manter seu mercado fechado. Os exportadores reclamaram que esses países acham que dar uma cota (volume determinado com tarifa menor) compensa pela barreira que querem manter. O Brasil avisou que a história é outra: se o número de produtos sensíveis for 8% das linhas tarifárias, a compensação para o exportador deve vir em forma de cota representando 8% do consumo doméstico do país importador.

Com as persistentes divergências, vários embaixadores assinalaram que os avanços têm sido muito marginais para levar a uma reunião ministerial em dezembro.