Redação (12/11/2008) – O desenvolvimento da cadeia produtiva de suínos, através da integração do setor na hora de divulgar as qualidades da carne para o aumento do consumo, foi considerado fundamental após a realização de uma pesquisa, já conhecida mundialmente por Q-PorkChains, realizada no Brasil pela Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da Universidade de São Paulo (FEA/USP).
Maria Stella B. L. de Melo Saab, pesquisadora do grupo “Pensa”, Centro de Conhecimento em Agronegócios da universidade, proferiu palestra nesta segunda (10), em Campinas (SP), destacando o projeto que avaliou quem são as pessoas que compram carne suína, que tipo de produtos preferem, com que freqüência a comem e de que forma as pessoas vêem a produção suinícola. A apresentação fez parte do ciclo de eventos promovido pela Associação Paulista de Criadores de Suínos (APCS).
“Através deste projeto de pesquisa pudemos constatar a necessidade de melhorar a qualidade da carne suína oferecida ao consumidor, promovendo campanhas de divulgação das propriedades nutritivas do produto e criarmos novas opções, cortes, para facilitar a vida de quem compra. Falta praticidade”, explicou Stella. “Todos precisam saber que o produto é bom, não apenas o produtor”.
Segundo ela, a grande maioria dos entrevistados aprecia o sabor da carne suína, mas na contramão, considera a carne “de porco” gordurosa e pouco prática, pois é vendida em cortes grandes, diferente da carne bovina ou de frango. “Eu não vou comprar uma peça inteira de pernil para fazer um almoço no dia a dia, é muita coisa. A criação de novos tipos de corte, menores, e a ampliação das campanhas de marketing dentro de supermercados e açougues são muito importantes”, disse.
Maria Stella destacou a ação da Associação Brasileira de Criadores de Suínos (ABCS) com a campanha “Um Novo Olhar para a Carne Suína” como muito positiva, mas afirmou que falta maior integração do sistema produtivo nacional e o comércio.
Pesquisa – O Q-PorkChains é um estudo feito mundialmente para avaliar o mercado suinícola mundial, e, através dos resultados finais, quer integrar a cadeia produtiva mundial com o objetivo de melhorar a relação entre todos os elos do setor, desde o produtor até o consumidor final. Segundo a palestrante, 480 pessoas das regiões sul e sudeste foram entrevistadas para a realização do projeto. Após análise de dados, foi concluído que, atualmente, o consumo de carne suína no Brasil prevalece apenas em ocasiões especiais (como Natal ou grandes almoços familiares). O número de pessoas que comem o produto uma vez por semana é muito baixo, sendo que, os preferidos na hora da compra são os embutidos (salame, presunto) e cortes como costela, lombo e bisteca.
Os mitos em torno da carne suína
Para saber mais sobre a carne suína, uma boa leitura é tese de Mestrado de Claudino Ortigara, da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). Carne suína: à luz da Ciência o que faz Mal é o Mito traz uma série de informações que elucidam os principais mitos que ainda cercam o consumo de carne suína. Leia a tese na íntegra clicando aqui.