Redação (18/08/2008)- Para produzir mais grãos na mesma área de cultivo, agricultores do sudoeste de São Paulo adotam técnicas como o plantio direto adensado, rotação com culturas de inverno e o uso de sementes resfriadas. O tratamento correto do solo possibilita o cultivo intensivo, com a obtenção de até 2,7 safras cheias por ano, um recorde nacional. Essas inovações, aliadas à tecnologia das máquinas e à melhoria genética, fizeram com que a produção por hectare praticamente dobrasse nos últimos dez anos.
"Se depender de nós, não será a falta de alimentos que trará de volta a inflação", afirma o produtor Ariovaldo Fellet, de Itaberá, a 315 km de São Paulo. Conforme dados da Secretaria de Agricultura do Estado, a média de produtividade do trigo na região subiu de 1,5 mil para 3 mil quilos por hectare (kg/ha). O feijão passou de 1,6 mil para 2,4 mil kg/ha; o milho de 3,5 mil para 6,6 mil kg/ha e a soja de 1,8 para 3,3 mil kg/ha.
Muitos produtores, no entanto, obtêm resultados acima da média. De acordo com o engenheiro agrônomo Vandir Daniel da Silva, da Secretaria Estadual da Agricultura em Itapeva, a tecnologia das máquinas e o melhoramento genético dos cultivares também contribuiu para esse avanço. "Mas o resultado só foi alcançado porque o agricultor soube absorver e aplicar as inovações.
O sucesso com os grãos fez com que a região resistisse ao avanço da cana-de-açúcar. As imensas plantações de trigo que ondulam ao vento nas margens da rodovia SP-258, que liga a região de Itapeva ao nordeste do Paraná, são um sinal de que a fartura chegou ao campo. Grande parte das lavouras está sob pivôs de irrigação.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo