Redação (04/08/2008)- O chefe de Estado da Costa Rica, Oscar Arias Sánchez, vencedor do Nobel da Paz em 1987, conheceu nessa semana as tecnologias da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária – Embrapa desenvolvidas para o Cerrado brasileiro. Durante a visita à Embrapa Cerrados, em Planaltina – DF, Arias destacou que a Costa Rica possui diversas instituições internacionais capazes de
iniciar cooperações com a Embrapa.
“A Costa Rica é o país da América Central com maior número de organismos
internacionais agrícolas”, comentou Arias. O presidente costarriquenho
citou o Instituto Nacional de Biodiversidade (INBIO), a Escola de
Agricultura da Região Tropical Úmida, o Instituto Nacional de Inovação e
Transferência de Tecnologia Agropecuária (INITA) e o Instituto Tecnológico
da Costa Rica (ITCR) como algumas das instituições que podem estabelecer
parcerias com a Embrapa.
Para o ministro da presidência Rodrigo Sanchéz, as instituições podem
estabelecer contato mais permanente com a Embrapa para desenvolver
pesquisas complementares. A possibilidade de dar início a um intercâmbio
de estudantes de pós-graduação, sugerida pelo diretor executivo da Embrapa
José Geraldo Eugênio de França, foi bem recebida pela comitiva.
França destacou que em torno de novecentos estudantes de mestrado e
doutorado realizam suas pesquisas em Unidades da Embrapa. “A parceria com
universidades é muito importante para a empresa, e permite aos estudantes
aliar a teoria com a visão prática da Embrapa”, comentou.
Antes da reunião na Embrapa Cerrados, onde visitou uma área experimental
de pinhão manso, Arias assinou, no Palácio do Itamaraty, acordo de
cooperação técnica para produção de biocombustível na Costa Rica. A
Unidade da Embrapa está testando vinte acessos de pinhão manso em
diferentes condições de fertilidade do solo. A pesquisa visa selecionar as
variedades mais produtivas e mais resistentes a doenças. Ao final do
estudo, a Embrapa Cerrados terá montado um banco de germoplasma com 150
acessos de pinhão manso.
Para tirar dúvidas sobre a produção de etanol a partir da cana-de-açúcar,
área de maior interesse da comitiva costarriquenha, o pesquisador Thomaz
Rein apresentou dados sobre a produtividade da cana-de-açúcar e o
potencial de expansão da cultura no Cerrado. Rein salientou que, somente
no estado de Goiás, existem 18 usinas em operação e 29 em construção.
Sobre o plantio e a colheita, o pesquisador comentou que o cultivo da cana
está cada vez mais mecanizado.
O presidente costarriquenho acompanhou também uma apresentação sobre o
aprimoramento do sistema de produção de café no Cerrado, ministrada pelo
pesquisador Omar Rocha, e tirou dúvidas sobre plantas oleaginosas para
produção de biodiesel com o pesquisador Adeliano Cargnin durante a visita
ao campo. A pesquisadora Marília Santos Silva, articuladora internacional
da Embrapa Cerrados, fez uma palestra institucional.