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Brasil é protagonista da geração de energia limpa e renovável

<p>O mercado internacional ainda é incipiente e são comercializadas pequenas parcelas da produção mundial.</p>

Redação (01/08/2008)- Os biocombustíveis passaram a receber atenção crescente a partir das preocupações com as mudanças climáticas e com a alta dos preços do petróleo. O mercado internacional ainda é incipiente e são comercializadas pequenas parcelas da produção mundial. O Brasil já é considerado como um dos principais atores no cenário mundial por possuir uma matriz energética bastante limpa e renovável, em grande parte por conta da cana-de-açúcar.

A gestão do setor de açúcar e álcool passou para o Departamento de Cana-de-açúcar e Agroenergia, do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), em 1999. Antes disso, o responsável pela gestão do setor foi o Instituto do Açúcar e do Álcool (IAA), extinto no início da década de 90. Com a desregulamentação da economia e eliminação do IAA, o estado adotou o papel de regulador, perdendo o caráter interventivo e, então, se observou grande progresso do ramo sucroalcooleiro. Hoje, o governo e entidades privadas coordenam e promovem o desenvolvimento do setor.

O Mapa, em articulação com outros órgãos de governo, tem colaborado para disseminar a experiência brasileira na produção e uso de álcool como combustível. No âmbito interno, promove debates com o setor por meio da Câmara Setorial e na participação ativa de discussões na Casa Civil e foros específicos. Vale ressaltar que desde 2006 a política do setor sucroalcooleiro está  pautada pelo Plano Nacional de Agroenergia.

O Zoneamento Agroecológico da Cana-de-açúcar (ZaeCana), um estudo coordenado pelo Mapa, será um instrumento importante na implementação das políticas públicas para o desenvolvimento sustentável do setor sucroalcooleiro. Com o Zoneamento será possível recomendar as áreas indicadas para a expansão da plantação de cana.

Economia – A beterraba e a cana-de-açúcar são as matérias-primas mais usadas para fabricação do açúcar. A cana se mostrou mais eficiente para a produção deste alimento e o Brasil, por seus aspectos físicos, apresenta as melhores condições para produzir açúcar de cana.

O açúcar é uma das commodities mais tradicionais do mundo. Por conta disso, o Brasil, maior produtor mundial, ocupa entre 40 e 45% do mercado internacional nos últimos quatro anos.

 A colheita total da safra em 2008 também é a maior da história, estimada em torno de 620 milhões de toneladas, em 7,8 milhões de hectares, o que representa 2,8% da área cultivada do País. Estimulada pela forte expansão do álcool no mercado e pelas perspectivas de crescimento nas exportações, a indústria brasileira vai moer em torno de 569 milhões de toneladas de cana-de-açúcar em 2008, sendo 316 milhões para a fabricação do combustível e 253 milhões de toneladas para o açúcar. Além da quantidade da matéria-prima  transformada pela indústria, serão destinadas para outros fins, como sementes e mudas, cachaça, rapadura e alimentação animal, 50 milhões de toneladas de cana.

A região centro-sul é responsável por cerca de 90% da produção total de cana. Pela projeção da Conab, o Brasil vai fabricar neste ano em torno de 27 bilhões de litros de álcool. Desses, 4,2 bilhões de litros deverão ser exportados, a maioria (2,5 bilhões de litros) para os Estados Unidos. No Brasil, já são mais de 5 milhões de veículos flex-fuel em circulação.

Cultivares – A exploração canavieira teve início com a espécie Saccharum officinarum, mas o aparecimento de doenças e pragas fez com que se desenvolvessem variedades de plantas mais resistentes. Os trabalhos de melhoramento prosseguem até os dias atuais e conferem uma mistura das cinco espécies originais, além de cultivares ou variedades híbridas.