Redação (31/07/2008)- Industriais, representantes do Governo Federal e acadêmicos se reuniram para discutir a biotecnologia brasileira, nos últimos dias 24 e 25, durante o seminário "Experiências empresariais na difusão da inovação biotecnológica no Brasil", promovido pelo Comitê Nacional de Biotecnologia (CNB). O evento, que foi organizado pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) e pela Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI), teve como pontos altos as discussões sobre registros de propriedade intelectual, marco regulatório, transferência de tecnologia e parcerias envolvendo poder público, empresas, ensino e pesquisa.
Durante a solenidade de abertura, o secretário de Tecnologia Industrial do MDIC, Francelino Grando, falou da importância do encontro. "Estamos aqui para ouvir as demandas e sugestões da indústria. Essas questões alimentarão os debates no CNB, no Fórum de Competitividade da Biotecnologia e nas demais discussões coordenadas pelo governo", anunciou. Na ocasião, o gerente de Tecnologia e Inovação da ABDI, Evando Mirra, falou do paradoxo que envolve a biotecnologia no Brasil: "Já percebemos excelentes resultados em pesquisas biotecnológicas, vontade política e várias outras condições favoráveis ao setor. No entanto, é preciso passar dos sucessos individuais, que são muitos, para uma escala coletiva de resultados. Por isso a relevância deste evento, que reúne cases empresariais com virtude pedagógica".
O empresário Ozires Silva , que apresentou o case Investimentos, ressaltou a importância do "tripé" ensino, pesquisa e indústria. "O Brasil já conseguiu harmonizar ensino e pesquisa. Agora é preciso aproximar pesquisa da indústria, para que o processo de inovação biotecnológica seja completo e bem sucedido. Além disso, é fundamental combatermos o preconceito com a inovação nacional. Muita gente ainda acha que a tecnologia que vem de fora do País é sempre melhor", cita ele. José Francisco de Toledo, pesquisador da Embrapa Soja, ressaltou a importância dos arranjos institucionais. "Temos que apostar nas parcerias e facilitá-las. Através delas conseguiremos unir competências, assegurar domínio tecnológico e obter retorno dos investimentos governamentais. Transferir tecnologia, fortalecer pesquisa, desenvolvimento e inovação, coletar e eleger prioridades, captar recursos e integrar os participantes da cadeia produtiva são algumas das principais questões do setor", elencou.
Ao final do segundo dia de evento, o presidente da ABDI, Reginaldo Arcuri, relacionou as demandas do setor e a Política de Desenvolvimento Produtivo (PDP), lançada em maio pelo Governo Federal. "A PDP trouxe metas importantes à indústria, com prazos definidos, e a busca pelos resultados já está acontecendo. Nosso desafio é transformar as demandas do processo produtivo em resoluções de fato, a partir de um trabalho conjunto entre governo, indústria e academia", disse ele, convidando os industriais a uma mobilização ainda maior. As informações são da assessoria de imprensa da ABDI.