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UE antecipa missão que vai inspecionar carne brasileira

<p>Submetida a forte pressão de pecuaristas britânicos, a UE avisou ao Brasil que enviará já em outubro missão veterinária ao País.</p>

Redação (27/08/07) – A nova auditoria, que estava a princípio prevista para novembro, será desta vez bem mais rigorosa e exigente. 

A campanha dos pecuaristas britânicos – que defendem embargo à carne brasileira – exigirá agora investigação também sobre denúncias apontadas por um relatório submetido por eles ao comitê de agricultura do Parlamento Europeu. Assim, a missão terá mais tempo para elaborar as primeiras conclusões até dezembro, como previsto. Ou seja, nenhuma decisão de Bruxelas será antecipada até lá. 

Em março, missão da UE acusou falhas no Sisbov, o sistema de rastreabilidade do gado, alegando problemas com a legislação sobre a definição de foco de aftosa, falhas na "identificação animal e o controle de movimento de gado" no país, falta de programa para "verificar a eficiência da vacinação contra aftosa", o que pode "comprometer a certificação da carne bovina". 

Agora, Bruxelas avisou que a nova missão fará a prova final para determinar se todas as recomendações foram implementadas "satisfatoriamente" pelo Sisbov. Bruxelas indica que desta vez não aceitará mais que o sistema "melhorou", e que exigirá que tudo que tenha sido corrigido. Do contrário, vai reconsiderar a autorização para a exportação da carne bovina para o mercado comunitário. 

Em entrevista à imprensa irlandesa, o presidente da Agência Européia de Segurança dos Alimentos, Paddy Wall, mostrou "crescente preocupação" em relação à carne brasileira. Ele prometeu aos irlandeses que a missão veterinária européia vai investigar também as denúncias do relatório da Associação dos Produtores Irlandeses, sobre existência de movimento de gado de regiões com febre aftosa para outras partes do país livres da doença. "Com o comitê de agricultura do Parlamento Europeu pedindo ação, a Comissão Européia não pode ignorar as conclusões de seus próprios auditores", afirmou. 

O presidente da Associação de Produtores de Carne Bovina da Escócia, Jonh Cameron, comemorou as declarações, avaliando que enfim a UE estaria preocupada com supostos problemas na importação do produto brasileiro. "Talvez agora tenhamos alguma ação". 

Na verdade, a Comissão Européia tem sido a maior defensora da carne brasileira. O comissário para Saúde Pública e Segurança Alimentar, Markos Kipryanou, já desqualificou as denúncias dos irlandeses e insistiu que não vai adotar restrições por razões comerciais. 

A irritação dos produtores irlandeses aumentou este mês, depois de descobrirem que o governo irlandês comprou carne brasileira para alimentar os soldados do exército. Diante da reclamação, um porta-voz militar retrucou que as autoridades da UE disseram que a carne brasileira é segura.