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Dívida rural soma R$ 131 bilhões

<p>O estoque de dívidas do setor agrícola, referentes aos débitos de custeio, investimento e dívidas de longo prazo, soma R$ 131 bilhões. O número foi apresentado ontem por técnicos do Mapa ao grupo de trabalho composto por representantes da bancada ruralista, da CNA e da OCB.</p>

Redação (27/06/07) –  Segundo o deputado federal Luiz Carlos Heinze (PP-RS), ao elaborar o perfil da dívida, os produtores teriam melhores condições de renegociar suas dívidas, já que cada região tem problemas específicos, como no caso dos sojicultores no Centro-Oeste e dos rizicultores do Rio Grande do Sul. Segundo ele, o grupo quer que a Febraban (Federação Brasileira dos Bancos) participe das próximas reuniões.

A discussão sobre o endividamento e as saídas para solucionar a crise do setor é um dos caminhos do grupo para garantir cadastro ao produtor na hora de buscar empréstimos junto às instituições financeiras. Heinze observou que entre a divulgação do plano de safra e a liberação dos recursos nos bancos são mais de 30 dias. Até lá, é preciso que o agricultor tenha garantia de acesso aos recursos de bancos privados.

A próxima reunião para discutir a questão do endividamento do setor agrícola está marcada para a próxima terça-feira (3). A expectativa do grupo é fechar os números sobre o perfil da dívida do setor até 20 de julho. O ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes, disse ao deixar o Ministério da Fazenda, depois de café da manhã, ontem, com representantes do setor agrícola empresarial e o ministro da Fazenda, Guido Mantega, que não houve definição sobre a redução de juros para o setor.

”Tanto é que um novo café foi marcado para dentro de 60 dias. Enquanto isso, há um grupo de trabalho composto por representantes do Congresso, do setor agrícola e técnicos do governo para analisar a questão”, disse o ministrio.

De acordo com Stephanes, o que houve foi um diálogo com parlamentares da Câmara dos Deputados e do Senado Federal já que ”não cabia uma definição no momento”.

O ministro confirmou que as mudanças nos juros para o setor agrícola devem ser anunciadas nesta quinta-feira, quando está marcada a divulgação do Plano de Safra 2007-2008. ”A idéia é reduzir os juros e aumentar a disponibilidade de recursos com juros controlados para que seja reduzida a necessidade de se tomar empréstimos com juros mais altos”, disse.

O ministro lembrou que vários dos assuntos tratados no encontro já se constam da agenda de discussão com o governo, como a questão da infra-estrutura e problemas de defesa agrícola além dos juros e do endividamento do setor, que pode chegar a R$ 130 bilhões, como ele próprio anunciou ao chegar para o encontro.

Segundo Stephanes, Mantega se mostrou bastante sensível à argumentação dos parlamentares, mas ”cada caso vai ter que ser analisado” em busca de uma solução a médio prazo.