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2008 será o grande ano da suinocultura

<p>O presidente do Sindicarne, Paulo Ernani de Oliveira, destaca o trabalho realizado pelo poder público e privado, para que Santa Catarina alcançasse a certificação de área livre de febre aftosa sem vacinação e as expectativas a partir de agora.</p>

Redação SI (04/06/07) – Com a certificação de Santa Catarina como área livre de febre aftosa sem vacinação, tanto produtores quanto agroindústrias precisam se adequar a esta realidade. Neste sentido, o presidente do Sindicato das Indústrias da Carne, Sindicarne, Paulo Ernani de Oliveira, destaca a visão da agroindústria neste contexto e as medidas que estão sendo tomadas para conquistar novos mercados, além da cautela que deve haver, tanto do produto quanto agroindústria para não encharcar o mercado de carnes.

Assessoria de Imprensa – Qual o trabalho do Sindicarne para chegar nesta certificação?
Paulo Ernani – Nós estamos participando deste trabalho com o Governo do Estado e Ministério da Agricultura há vários anos. Desde a primeira campanha de vacinação, quando os nossos técnicos foram para o campo vacinar, tivemos momentos em que precisamos ajudar a comprar vacina. Passaram vários governos, várias equipes técnicas, mas é um trabalho de longa data que vem sendo perseguido e nos últimos anos tivemos um avanço significativo. Quando há uns quatro anos atrás, nós estávamos com tudo pronto pra solicitar a certificação, ocorreu aquele foco de aftosa em Jóia no Rio Grande do Sul, que acabou desestruturando um pouco o programa, porque a idéia em princípio era o Circuito Pecuário Sul, que envolvia os três estados.
A I – Qual foi o procedimento com este caso?
Paulo Ernani – Nós fomos muito pressionados para voltar a vacinar. Mas aquele foi um momento histórico e afirmamos que confiávamos no nosso trabalho e não vacinamos.

Assessoria de Imprensa – Como a agroindústria vê esta certificação de Santa Catarina como área livre de febre aftosa?
Paulo Ernani – É um significado importantíssimo, nos dá um passaporte para dar saltos mais altos neste mercado. Ambicionar mercados mais sofisticados mais difíceis. Mas só isso não resolve o problema. Há todo um trabalho que vem sendo realizado há um ano e meio, coordenado pela Cidasc e Secretaria da Agricultura, visa a receber uma missão que vem verificar o sistema de defesa sanitária de SC. Este grupo vem verificar in loco, que também não temos peste suína clássica, aujeszki e outras doenças.

Assessoria de Imprensa- Qual a contribuição do Sindicarne na proteção do estado?
Paulo Ernani – Nossa participação, junto a ACCS através do Fundo de Sanidade Suína do Estado, tem ajudado muito ao governo, na questão das barreiras, na construção das casas dos barreiristas, contratação de 119 médicos veterinários, mais 119 auxiliares administrativos, os carros, compramos os computadores para que a Cidasc emita os GTAs eletronicamente.

Assessoria de Imprensa – E agora, qual é o próximo passo?
Paulo Ernani – É nos sermos aprovados para exportar para a União Européia, ai os outros estados do Brasil vão definir este objetivo de não vacinar de ter certificado de área livre sem vacinação e com isso as coisas começam a melhorar para nós e para eles. Nós vemos isso com muito bons olhos. Acredito que ainda este ano, SC vai ser aprovado como área que pode exportar para a União Européia, mas temos ainda um trabalho para fazer e podemos dizer que estamos prontos para receber as missões, depois do dia 15 de junho.

Assessoria de Imprensa – Qual a preparação das agroindústrias para se adequar as exigências dos principais mercados de carne?
Paulo Ernani –  Nós precisamos adequar algumas plantas frigoríficas, pois cada empresa tem uma situação. Tem plantas que estão prontas, têm outras que precisam de grandes investimentos, tem outras que optaram em construir plantas novas, mas eu tenho a impressão que tem empresas que com algumas pequenas adaptações já possam exportar.

Assessoria de Imprensa – A certificação é um presente ou o resultado de muito trabalho?
Paulo Ernani – Sorte vem depois de muito trabalho e nós, quanto mais trabalhamos, mais sorte temos. O que aconteceu aqui no estado foi união de esforços de várias entidades, públicas e privadas e com isso o sucesso foi atingido, foi uma grande vitória, mas o mais importante mesmo vai ser esta missão que vem aqui verificar as nossas condições de defesa sanitária. A partir daí eu me considero, como presidente de entidade de classe, ter realizado na minha gestão, com o trabalho de grandes pioneiros que me antecederam, ter a sorte de através do trabalho destes homens e mais outras pessoas que se empenharam, esta consagração veio no meu mandato, isso me deixa cheio de orgulho e satisfação.

Assessoria de Imprensa – Então 2008 será o grande ano da suinocultura?
Paulo Ernani – O grande ano é 2008, mas é importante ter a consciência porque isso está acontecendo. Nós tínhamos uma situação de equilíbrio, de crises, de altos e baixos, de picos de prosperidade. Nos momentos em que está muito bom, o pessoal aumenta a muito a produção e o que acontece num segundo momento é o excesso de oferta e uma demanda que não comporta e os preços caem e entra em crise novamente. O que nós tivemos ultimamente é uma estabilidade maior no país, safras crescentes e a entrada dos paises como Ucrânia, Rússia e outros países começaram a comprar uma quantidade grande de carne no Brasil. Mas estes mercados não são muito confiáveis, assim como eles compram, deixam de comprar, há possibilidade da Rússia voltar a importar, mas o que não podemos é criar uma euforia desmedida em cima disso. Se criarmos um novo mercado, seguramente vai ter preços para os produtores, mais significativos e todos vão ganhar. Mas se aumentarmos a oferta desmedidamente, vai voltar a ter crise. Hoje o produtor de suínos é um empresário, ele tem que saber que se houver demanda, vamos ganhar dinheiro, não dá pra todo mundo sair aumentando a produção sem limites, porque vai chegar uma hora em que o mercado vai saturar e o preço vai cair. Mas 2008 vai ser um grande ano para a suinocultura.

ASSOCIACÃO CATARINENSE DE CRIADORES DE SUINOS – ACCSJornalista Responsável– Vania de Souza Dal Pozzo – SC 01696 JPRua do Comércio, 655 – Cx-91-1º andarFone – fax – (49) 3442 0414 –e-mail- [email protected]ÓRDIA– SANTA CATARINA