Redação (26/01/07) Durante dois dias, estiveram reunidos em Itá, os presidentes das Associações Estaduais de Suinocultores do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul, para tentar unificar ações em busca de soluções dos problemas da atividade em seus respectivos estados.
Segundo o presidente da ACCS, Wolmir de Souza, anfitrião do evento, a realidade agroindustrial, ambiental, de sanidade e de produção, é parecida. O encontro tem o objetivo de fazer uma análise destes pontos comuns em cada estado e tomar atitudes em conjunto para se tornar ações mais fortes, destacou.
O presidente da Associação Paranaense de Suinocultores, Irineu Wessler, lembrou que antes do embargo russo, por conta da febre aftosa naquele estado, exportava em torno de 60 a 70 toneladas de carne suína por mês e que depois do embargo, apenas 15 toneladas mensais são enviadas para aquele país, causando muitas dificuldades no setor. Antes do embargo, nosso produtor chegou a receber até R$ 2.50 o kg do suíno vivo, com o embargo, nossos suinocultores chegaram a receber o cúmulo de R$ 0,80 o kg, este prejuízo não tem volta.
Wessler destaca que há uma preocupação muito grande com o futuro da suinocultura nos três estados do Sul, considerando a competitividade que há em todo os setores, principalmente com relação ao Mato Grosso, onde lá existem megas empreendimentos instalados com juros subsidiados e a longo prazo através do BNDES, que irão competir conosco no mercado de suínos. O líder do Paraná lembrou ainda que lá tem um custo de produção mais barato, com relação ao milho e a soja que são os carros chefes na confecção da ração, quando nós estamos pagando em média R”$ 19,50 a saca do milho aqui, lá custa R$ 13,50, fazendo com que haja sérias dificuldades para os produtores de suínos do sul do país.
Já o presidente da Associação Gaúcha, Valdecir Folador, salientou que os temas em pauta na reunião, são de extrema importância para os suinocultores da região Sul, tanto na questão ambiental quanto de mercado, que reflete diretamente no produtor, mas principalmente na questão rentabilidade, que o suinocultor vem perdendo dinheiro há vários anos e não tem conseguido se recuperar. Neste último ano, o Rio Grande do Sul teve um diferencial por ter conseguido exportar para a Rússia, praticamente sozinho durante o ano todo, só que este fato não foi suficiente para garantir renda ao produtor.
O encontro seguiu até o final da tarde de sexta feira, uma das ações já agendadas em conjunto, é um encontro com um consultor de carnes, para avaliação de mercado e possibilidades de novos negócios em conjunto.