Independência ou morte?

Redação (19/12/06) – O mundo globalizado nos coloca em uma roleta russa onde as regras estão aí, expostas e quem não se adequar estará fora do processo. Éramos mais de 60 mil suinocultores, hoje somos apenas 12 mil com produção em escala comercial. Antes éramos todos produtores de fato, donos do plantel e da atividade, colhendo os frutos e arcando com os prejuízos.

Hoje a realidade é totalmente outra, não mais que 10% dos produtores trabalha fora do sistema verticalizado, colocando em risco a continuidade da atividade suinícola pois não remunera o produtor, diminui as arrecadações dos municípios e aumenta as despesas com dejetos e rodovias. Mas afinal e os independentes, será que são tão independentes assim? Ou somos altamente dependentes inclusive de um balizador de preço que é o Sindicarne? Na medida que algumas portas se fecham, outros se abrem, basta encontra-las de forma conjunta.

O mercado interno ou o consumidor brasileiro ainda é nosso principal cliente, consome 80% da produção brasileira, esse é o mercado que deve ser explorado pelo nosso modelo de pequenos e médios frigoríficos. Precisamos olhar mais adiante, sermos muito mais que produtores de suínos, ser produtores de alimentos e temos que ter a visão do consumidor, trabalhar todo o processo de produção ao consumo, é uma necessidade. Trabalhar num processo de associativismo é condição vital para se continuar na atividade, bater no peito e dizer que somos independentes, mesmo sabendo da importância sócio econômica destes produtores que empregam famílias e geram impostos e vendas, mas estamos sendo eliminados puro e simplesmente pela falta de visão e visão de cadeia suinícola como um todo.