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O ano de 2006 foi de queda para suinocultores e pecuaristas

<p>A abundância de oferta de carnes, programada para as festas do fim de ano, poderá se tornar um problema generalizado no início de 2007 se a demanda for superestimada, pois a disponibilidade interna seria aumentada.</p>

Redação (08/12/06) – Espera-se que o fluxo das exportações em geral seja condizente com o nível da produção, senão a disponibilidade interna será maior que a capacidade do mercado nacional e se terão, outra vez, as três carnes concorrendo entre si no início de ano, época em que o consumo cai normalmente. Isto agradaria aos consumidores, mas prolongaria o período de crise, principalmente para a suinocultura e a avicultura.

Os preços do suíno vivo, que caíram desde o início do ano passado até julho deste ano para menos da metade (de R$ 2,50/kg para R$ 1,20/kg), recuperaram-se muito pouco, tendo atingido a média de R$ 1,51/kg em novembro. Mesmo passado mais de um ano da descoberta da febre aftosa em Mato Grosso do Sul e Paraná, a crise no setor ainda não foi recuperada, tendo se agravado por causa do embargo russo que vem se mantendo até agora para a maioria dos Estados.

Os motivos – desejo de que o Estado exporte também carne bovina; proteção da suinocultura doméstica da Rússia; exigência de uma contrapartida de compras brasileiras de produtos russos, etc. – vão se somando de tempos em tempos. No momento, a Rússia volta ao centro das preocupações, porque inicia a época de paralisação dos portos russos devido ao inverno severo daquela região.

Com isso, interrompem-se temporariamente as exportações do Rio Grande do Sul. O produto passa a ser estocado e faz pressão sobre os preços internos. Tende, também, a minimizar o fluxo da produção catarinense para o Estado gaúcho.

A outra preocupação dos suinocultores deve-se aos aumentos dos custos de produção devido à ascensão dos preços do milho e do farelo de soja, que se intensificaram a partir de outubro último. Nesta semana, os preços do suíno vivo estiveram estabilizados no Rio Grande do Sul: R$ 1,60/kg nas integrações e R$ 1,75/kg no mercado livre.

A situação do setor suinícola piorou em novembro, quando os preços observados reverteram o movimento de alta, significando queda na remuneração do produtor. Esse é considerado um movimento normal, uma vez que historicamente o preço mais alto acontece em outubro.

Esta abundância de oferta das três carnes, programada para as festas do fim de ano, poderá se tornar um problema generalizado no início de 2007 se a demanda estiver sendo superestimada, pois a disponibilidade interna seria aumentada.

Comparando os preços do último dia de outubro com o primeiro dia de dezembro, as maiores quedas ocorreram nos Estados que ainda exportavam para a Rússia. Nas Serras Gaúchas, o recuo foi de 8,5% e em Rondonópolis (MT), de 13,9%. Altas foram observadas apenas nas regiões de Minas Gerais, 4,5% na média, e em lagumas do paraná, como Arapoti, de 6%. Para a carne, o movimento também é de baixa. A carcaça especial no atacado de São Paulo acumula recuo de 4% no mês de novembro.