Redação (09/11/06)– A projeção foi divulgada ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O primeiro prognóstico para a safra do ano que vem representaria um aumento de 5,34% em relação a safra 2006. Apesar do crescimento, ainda não será dessa vez que a agricultura brasileira alcançará o recorde de 2003, quando a safra chegou a 123,63 milhões de toneladas, sob efeito do ótimo clima e da desvalorização do real.
Segundo Paulo Renato Corrêa, técnico do Levantamento Sistemático da Produção Agrícola (LSPA) do IBGE, a descapitalização dos produtores após os prejuízos com os problemas climáticos nas safras 2004 e 2005 impedirão um maior crescimento da próxima safra. Ele observa que, aos problemas do clima nas safras recentes, juntaram-se os preços baixos, acentuados pelo real valorizado, e a redução de crédito disponível para os produtores. “”Com o câmbio, os fertilizantes ficaram com os preços altos, enquanto os preços dos produtos agrícolas mantiveram-se mais baixos ou estáveis””, disse.
Para 2007, segundo Corrêa, “”a recuperação dos níveis de preços neste segundo semestre é o que explica a perspectiva de aumento da safra em geral””. Além disso, segundo ele, o clima no momento é muito bom, mas essas condições podem mudar e levar a novas revisões do prognóstico divulgado ontem. Cerca de 30% da safra do ano que vem já está plantada.
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O preço das commodities agrícolas iniciou um processo de recuperação neste segundo semestre, explicou Corrêa, e confirmam os números do Índice Geral de Preços Disponibilidade Interna (IGP-DI) de outubro divulgado terça-feira pela Fundação Getúlio Vargas (FGV). No atacado, os produtos agrícolas registraram uma variação de 5,10% no mês. No caso da soja em grão, o reajuste foi de 9,16%, a maior alta mensal apurada desde março de 2005. No milho em grão, o aumento em outubro foi de 11,07%.
Segundo a estimativa do IBGE, a safra de soja alcançará 55,24 milhões de toneladas em 2007, com aumento de 5,5% em relação a safra 2006. Corrêa cita a reação nos preços e o clima como motivos para essa nova expansão do produto, que já representa 45% da safra brasileira de grãos. Além disso, segundo ele, há crescente melhoria de produtividade nessa cultura.
O segundo produto mais importante da safra de grãos, o milho, em sua primeira safra, deverá registrar um crescimento de 9,65% na produção na safra 2007 ante a anterior, atingindo 34,5 milhões de toneladas. Segundo Corrêa, assim como no caso da soja, o clima muito favorável e os preços favorecem o início de plantio dessa cultura.(AE)
