Redação AI (29/09/06)- Especialistas da Organização Mundial da Saúde (OMS) consideram necessário desenvolver novos testes de diagnóstico da gripe aviária em humanos e de melhorar os medicamentos antivirais utilizados no tratamento da doença. A cepa H5N1 do vírus da gripe aviária, que mostrou ser o mais virulento e capaz de ser transmitido ao ser humano, infectou até agora 251 pessoas, das quais 148 morreram, a grande maioria na região do Sudeste Asiático.
O representante da equipe da OMS que investiga a relação entre a gripe humana e a aviária, Mike Perdue, indicou que um grupo de 22 cientistas que se reuniram esta semana em Genebra coincidiram em que são necessários mais e melhores testes de diagnóstico.
Perdue disse que existem muitos desses testes, têm limitações, sendo maior sua incapacidade de detectar as pessoas doentes, porque não mostram sintomas clínicos da infecção. A OMS quer estabelecer se existe um padrão de infecções assintomáticas em humanos causadas pelo vírus H5N1.
Sobre os remédios antivirais, Perdue indicou que diversos estudos mostraram a existência de vírus que estão circulando e são resistentes a esses medicamentos, dos quais o mais utilizado por sua eficácia é o Tamiflu.
Frente a essa constatação, o grupo de cientistas da OMS coincidiu durante sua reunião em que há uma necessidade urgente de buscar outras possibilidades de antivirais, sejam novos ou variações dos que já estão disponíveis. No entanto, Perdue esclareceu que na maioria de casos o vírus continua sendo vulnerável ao Tamiflu, em particular quando o doente é tratado no início da infecção.
Perdue explicou que no encontro de especialistas realizado em Genebra também se abordou a questão da “vacina pandêmica”, desenvolvida em vários países, mas que não é efetiva contra o vírus aviário.
O especialista destacou, no entanto, a dificuldade dessa tarefa dado que se pode identificar uma boa vacina contra o H5N1 que está circulando atualmente, mas os vírus desse tipo são geneticamente variáveis, o que significa que a vacina que se pode ter hoje provavelmente não será eficaz em um ano. Apesar disso, o cientista assegurou que a idéia de proteger os humanos do vírus da gripe aviária passa por ter vacinas atualizadas, assim como antivirais mais efetivos.
Entre as múltiplas perguntas sobre a gripe aviária para as quais a comunidade científica ainda não tem resposta e nas quais começará a trabalhar está o por que o vírus H5N1 causa uma doença tão grave e uma alta mortalidade em humanos, disse Perdue.
Isso significa que o vírus aviário está fazendo algo diferente do que faziam no passado, pois nunca vimos infecções humanas tão patogênicas como as causadas pelo H5N1 acrescentou.
Além disso, assinalou que se tentará identificar quais espécies de aves são as mais importantes na cadeia de transmissão.
Sabemos que nem todas as aves são infectadas por este vírus explicou Perdue.