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Conferência discute colapso na armazenagem

<p>O volume mundial de grãos vem aumentando significativamente e a estrutura de armazenagem não vem acompanhando esse crescimento.</p>

Redação (28/09/06)- Somente no Brasil, os produtores vêm obtendo recordes de produção a cada safra, sem que haja investimentos na mesma proporção no pós-colheita. Este é o cenário que vai orientar os debates na 9 Conferência Internacional de Proteção de Produtos Armazenados, que acontece de 15 a 18 de outubro, em Campinas/SP.

O evento já conta com a participação de representantes de 35 países. Os principais entraves para o escoamento da safra, conforme a CONAB, estão concentrados em três pontos: armazenagem estradas portos. O último levantamento sobre perdas na pós-colheita, realizado pelo governo federal há mais de dez anos, mostrava um prejuízo de 1,34 bilhão de dólares por ano. A atualização dos dados está sendo efetuada pela CONAB e deverá ser um dos destaques da Conferência.

Atualmente, a capacidade estática brasileira de armazenagem está em 114,4 milhões de toneladas, para guardar uma safra que ultrapassa os 120 milhões de toneladas.

A distribuição dos armazéns no Brasil (CONAB, 2006) está 50% na zona urbana, 32% na zona rural (grandes estruturas, cooperativas e outros), 13% nas fazendas (nível de propriedades) e 5% portuária. Somente em relação à capacidade de armazenagem na propriedade, quando compara-se o Brasil (13%) a países como a Argentina (35%) e EUA (65%) é possível dimensionar o tamanho do problema na safra de grãos.

Na logística, o país conta com uma malha ferroviária construída há mais de 100 anos, controlada pela indústria de minérios. Nas rodovias, a situação é ainda mais difícil, com a falta de recursos para manutenção. Contudo, o Brasil oferece condições naturais para o transporte aquaviário que precisam ser melhor aproveitadas. A avaliação é do representante do Ministério dos Transportes, Edison Vianna Júnior. Ele argumenta que, apesar do aumento do tráfego em época de safra, não há colapso nos portos brasileiros. As perdas na soja desde a entrada do caminhão até a translocação na moega não ultrapassa 1% no maior porto brasileiro, que é o Porto de Santos, esclarece Vianna.

Para o assessor da Bolsa de Mercadorias e Futuros (BM&F), Roberto Machado, a redução da disponibilidade de recursos é uma realidade. Segundo ele, na década de 80, foram investidos 20 bilhões de dólares na safra brasileira, que atingia 50 milhões de toneladas; hoje são investidos 6 bilhões de dólares, para subsidiar uma safra de 100 milhões de toneladas. A criação de títulos de mercadorias evita a circulação dos produtos, reduzindo perdas até chegar à comercialização. A negociação ficou limitada ao papel, defende Machado.

SERVIÇO
9 Conferência Internacional de Proteção de Produtos Armazenados
Campinas, São Paulo, Brasil, 15 a 18 de outubro de 2006

INSCRIÇÕES
Site do evento: www.embrapa.br/9thIWCSPP

ORGANIZAÇÃO
A conferência é coordenada pelo International Permanent Committee. A promoção do evento no Brasil é do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e da Companhia Nacional de Abastecimento (CONAB). A realização é da Associação Brasileira de Pós-colheita (ABRAPOS), com apoio de diversas instituições de pesquisa, universidades, consultores, indústrias de insumos e equipamentos, armazenadores e produtores rurais.