Redação AI (15/08/06)- Os exames das amostras colhidas em duas das 39 propriedades com avicultura de subsistência que em julho apresentaram sorologia positiva para Newcastle na zona de proteção de três quilômetros em torno do foco da doença no município gaúcho de Vale Real terão que ser refeitos para afastar a possibilidade de presença de vírus ativo. Ao mesmo tempo, técnicos visitarão, pela segunda vez, todas as granjas locais para confirmar a ausência de sintomas clínicos da enfermidade, de acordo com Bernardo Todeschini, chefe do serviço de sanidade agropecuária da superintendência do Ministério da Agricultura no Rio Grande do Sul.
Em nota divulgada na sexta-feira, em Brasília, o Ministério da Agricultura informou que os resultados dos testes em 79 propriedades na zona de vigilância (num raio de dez quilômetros) feitos pelo Laboratório Nacional Agropecuário eram “parciais” e que portanto “não foi possível concluir a investigação”. Segundo Todeschini, o trabalho é mais complexo do que nos exames de febre aftosa, por exemplo, porque é preciso determinar o grau de patogenicidade do vírus.
“Não foi possível determinar quão patogênico é o vírus”, explicou Todeschini. De acordo com ele, nas amostras das 37 outras propriedades o resultado foi negativo para isolamento viral, o que significa que a sorologia positiva do início de julho era decorrente da vacinação a que as aves haviam sido submetidas. O exame é realizado a partir da injeção de material coletado (e purificado) das mucosas das aves em ovos férteis para avaliar se ele provoca a morte do embrião, em que prazo e quais as deformações que provoca.
Na semana passada os técnicos também visitaram pela segunda vez as 31 granjas comerciais na zona de vigilância em torno do foco, que já haviam apresentado sorologia negativa. No total, o procedimento será realizado três vezes tanto nas propriedades com avicultura de subsistência quanto naquelas integradas a agroindústrias, com cerca de 15 dias de intervalo entre uma visita e outra.
Conforme Todeschini, deram negativo os exames feitos nas amostras coletadas no primeiro lote de dez pintos “sentinelas” colocados na propriedade atingida para verificar a eficiência dos trabalhos de desinfecção no local. Na quarta ou na quinta-feira deverá sair o resultado dos testes do segundo lote e na sexta-feira será feita a última coleta. O ministério colocou na granja 50 aves testadas, sem vacinação e sem qualquer contato prévio com o vírus.