Redação (19/07/06) – O grupo ambientalista Greenpeace divulgou ontem um relatório sobre a experiência positiva de grandes empresas que adotaram uma política de não utilização de transgênicos no Brasil, elevando sua produção e faturamento, inclusive no exterior. O documento relata a experiência de dez fabricantes de alimentos e três varejistas – Batavo, Brejeiro, Sadia, Caramuru, Ferrero, Imcopa, Josapar, Perdigão, Sakura, Unilever, Carrefour, Sonae, e Pão de Açúcar.
“Apesar da Lei de Biossegurança expandir a plantação de soja transgênica no Brasil, muitas empresas perceberam que a produção sem organismos geneticamente modificados é uma alternativa vantajosa”, disse Marcelo Furtado, diretor de campanhas do Greenpeace.
O caso mais emblemático, diz o relatório, é o da indústria de derivados de soja Imcopa, do Paraná. Desde 1998, quando decidiu trabalhar só com o grão convencional, a Imcopa aumentou em oito vezes seu volume de soja processada, para 6,6 milhões de toneladas/ano. Cerca de 95% da produção é exportada para UE e Ásia.
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Mas apesar da apresentação dos números favoráveis e da suposta posição unânime dos presentes a favor dos grãos convencionais, a polêmica em torno dos transgênicos está longe do fim. Recentemente, a Caramuru Alimentos revelou ao Valor a possibilidade de rever estratégias diante do arrefecimento nas exigências por não transgênicos em alguns mercados. Questionado novamente ontem, o vice-presidente da empresa, César Borges de Sousa, afirmou que a decisão “não está certa”, evitando constrangimentos no evento anti-transgênicos do Greenpeace.
Ao seu lado estava Luiz Regi, gerente de qualidade da Imcopa. Ele descartou, por ora, a adoção da soja transgênica. “Até discutimos isso na empresa, mas não está nos nossos planos”, afirmou.
As outras 11 empresas listadas no relatório não compareceram ao evento, realizado em São Paulo.
