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Associação Avestruz Master pede falência à justiça

<p>Indícios de desvio de patrimônio durante o curso do processo de recuperação judicial podem culminar na falência da Avestruz Master depois de oito meses de agonia.</p>

Redação (12/07/06)  –  Documentos que comprovariam irregularidades na compra e venda de uma propriedade rural em Itapuranga foram anexados em petição protocolada na segunda-feira, 3, pelo presidente da Associação Nacional dos Investidores da Avestruz Master (Anavestruz), Eduardo Scartezini. Segundo ele, se comprovado que o negócio foi ilícito, caracterizaria crime falimentar e a falência seria inevitável.

Ele mostra nos documentos que um cheque emitido pela Avestruz Master no valor de R$ 235.040 mil foi compensado em favor de Laurentino de Araújo Parreira no dia 25 de outubro do ano passado, numa conta no Banco do Brasil de Itapuranga. O valor seria referente à compra de uma gleba de terras ao lado do criatório Mega Avestruz, do qual o ex-presidente da Avestruz Master, Jerson Maciel da Silva, teria 50% de participação. O imbróglio estaria no fato desta suposta transação ter sido escriturada apenas em 15 de dezembro, dois dias depois do deferimento da recuperação judicial, e somente em nome dos sócios de Jerson Maciel na Mega Avestruz.

Os quatro detentores dos outros 50% da Mega Avestruz, Divino Martins da Silva, Joubert Prudente Tanus, Rogério de Faria Tanus e Miguel Siruge Neto declaram que teriam comprado essa mesma propriedade rural por R$ 100 mil. O detalhe é que não houve depósito desse valor na conta bancária de Laurentino, segundo ofício emitido pelo próprio Banco do Brasil. Apesar dos supostos compradores assinarem depoimento afirmando terem efetuado o pagamento, eles declararam que Jerson Maciel é dono de 50% da Mega Avestruz, mas que não tem participações na compra da fazenda Fundão.

Apesar de não haver registro bancário da entrada de R$ 100 mil na conta de Laurentino, Divino afirma que pagou por meio de depósito bancário cerca de R$ 70 mil pela gleba ao lado da Mega Avestruz. Os R$ 30 mil restantes teriam sido pagos pelo outros três sócios. Segundo depoimento de Laurentino, os R$ 100 mil foram pagos à vista e depositados em sua conta no BB. A escritura, de acordo com Laurentino, demorou para ser lavrada porque o declarante pediu prazo para pegar certidão negativa junto ao Estado. Ele disse ainda que a venda foi verbal e que a escritura foi lavrada posteriormente, sem o contrato formal.

Outro problema é que em 22 de fevereiro deste ano, as terras foram vendidas por Divino, Joubert, Rogério e Miguel a um morador de Brasília, José Nilton Matos. Na escritura consta que o negócio foi fechado por R$ 120 mil. No depoimento, Divino afirma que a alienação de dois alqueires e 60 lotes foi necessária porque depois da crise de 4 de novembro, ficou sem rendimentos. Mas a razão do depósito feito pela Avestruz Master de mais de R$ 235 mil para Laurentino não foi esclarecida.

O juiz da 11 Vara Cível de Goiânia, Carlos Magno Rocha da Silva, apura possível irregularidade na venda das terras. Na sexta-feira, expediu carta precatória à comarca de Itapuranga para que sejam complementadas as apurações judiciais sobre a transação. Laurentino será intimado a depor para esclarecer sobre depósito de R$ 235 mil .