Redação (20/04/06)- O efeito da greve dos funcionários da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) na área veterinária é o desabastecimento de insumos farmoquímicos que são, na sua grande maioria, importados.
Com isso, toda a cadeia produtiva é atingida, de uma forma ou de outra, com os reflexos do encarecimento de alimentos nobres como a carne de frango, de suínos e de bovinos e, a médio prazo, com a redução do contingente de carnes para exportação.
Evidentemente, como empresário, estou muito preocupado, pois a greve perdura por muito tempo, evidenciando um impasse entre o governo e a Vigilância.
Os estoques reguladores se foram e agora teremos que cruzar os braços e esperar por um rápido desfecho deste impasse, mas não sem computar os prejuízos, acumulados durante estes últimos 40 dias, que fragilizam qualquer organização.
O mecanismo da Justiça, por meio de liminares para conseguir o abastecimento de insumos, é desgastante e humilhante tanto para quem tem que obedecer, quanto para quem dele tem que lançar mão para sua sobrevivência. E, além disso, é pouco prático, pois em razão do grande número de liminares, há um acúmulo e congestionamento de todo o processo. Entretanto, como ser humano e cidadão responsável, entendo que a greve é um meio lícito para forçar um entendimento entre empregado e empregador.
As questões salariais sempre foram tratadas na mesa de negociação e, quando existe impasse, a intervenção de mediadores é determinante para a conclusão das negociações. Por isso, a minha posição é que os órgãos representativos da indústria veterinária e da alimentação animal, por meio de suas lideranças, se ofereçam para mediar as negociações entre os funcionários da Anvisa e o governo.
As críticas sem apresentação de alternativas são estéreis e só produzem animosidade e rancor. É preciso que cidadãos responsáveis ofereçam sugestões e alternativas para soluções acordadas entre as partes. Se os dois lados cederem um pouco, é possível obter um desfecho favorável em benefício de todos.