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Milho ocupa espaço na safrinha em MT

<p>Enquanto a sojicultura vai enfrentando problemas de produtividade e rentabilidade, clima chuvoso seduz produtores mato-grossenses.</p><p></p>

Redação (18/04/06)- Mesmo sob crise financeira e dos preços baixos para a maioria dos produtos agrícolas produzidos no Estado, o último levantamento de safra, realizado na semana passada pelo Instituto Mato-grossense de Economia Agrícola (Imea), da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado (Famato), aponta para um crescimento na área de plantio de milho safrinha (2 safra) em algumas regiões mato-grossenses. Em Sapezal (460 quilômetros ao Noroeste de Cuiabá) o aumento deverá ser de cerca de 5%. Em Nova Ubiratan (a mais de 500 quilômetros da Capital) o aumento chega a 100% na área destinada à cultura.

Se por um lado a crise na soja devido à baixa produtividade e os baixos preços de comercialização para a commodity desanimam o produtor, por outro, o clima propício ao plantio de milho no mês de fevereiro e março — chuvoso — levaram muitos produtores a aumentar a área de plantio de milho para fazer caixa frente à escassez de recursos no Estado.

De acordo com a superintendente do Imea, Rosimeire Cristina dos Santos, a justificativa para a maioria dos produtores é de que, em função da falta de perspectivas melhores para a soja e clima propenso ao desenvolvimento do milho, essa opção serve como um contraponto neste momento de crise. O milho poderá gerar renda extra, volume que será aplicado na liquidação das despesas da sojicultura e também para a possível compra de insumos para nova safra (06/07).

Em Campos de Júlio (552 quilômetros ao Noroeste de Cuiabá), no entanto, estima-se uma pequena redução em função do aumento da área destinada ao plantio de feijão e girassol. A utilização do biodiesel como substituto direto do óleo diesel têm estimulado a produção desta cultura em detrimento do milho.

De maneira geral, as estimativas da safra 05/06 de milho para Mato Grosso, de acordo com o Imea, apontam para redução de área e produção. Para a segunda safra, ou safrinha, os números são os seguintes: redução de 11,9% na área plantada que sai de 914 mil hectares (ha) para 805 mil/ha e queda de 10,3 na produção do grão, que deverá somar cerca de 2,6 milhões de toneladas (t), contra 2,9 milhões da safra passada.

RELAÇÃO DE TROCA

Como em outros anos, o plantio de milho é feito principalmente via pacotes com as revendedoras de insumos. Algumas multinacionais compradoras de grãos faziam o pacote com defensivos e fertilizantes. Este ano, a maioria dos pacotes está sendo feita diretamente com as revendas de defensivos. A tecnologia empregada é menor. A produtividade, entretanto, poderá ser superior em função das condições climáticas favoráveis, diferentemente do ano passado, quando a estiagem ocorrida a partir do período de desenvolvimento da lavoura prejudicou diversos municípios, reduzindo a produtividade média.

PREÇOS

O preço da saca de 60 quilos (kg) continua sem grandes alterações. Em Tangará da Serra (242 quilômetros ao Médio Norte de Cuiabá), o preço subiu R$ 0,20 no início da semana passada e permaneceu a R$ 10. Em Lucas do Rio Verde (360 quilômetros ao Médio Norte de Cuiabá) o preço iniciou a semana em queda, mas reverteu e fechou a semana cotada a R$ 9,30 a saca. Em Diamantino (209 quilômetros ao Médio Norte de Cuiabá) também foi registrado um leve aumento na cotação no início da semana passada.