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Brasil passa para a 12a. economia do globo

<p>Taxa de poupança bate recorde e contribui para o maior nível de investimento desde 1998.</p>

Da Redação 01/04/2005 – Graças ao crescimento de 5,2% e a valorização do real em relação ao dólar, o Brasil melhorou no ranking mundial das maiores economias. Passou da 15a. posição para 12 no período de 2003 a 2004.

De acordo com levantamento da consultoria GRC Visão, o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro atingiu US$ 605 bilhões no ano passado. Em reais, ficou em R$ 1,769 trilhão, divulgou ontem o IBGE. O PIB per capita atingiu R$ 9.743 em valores correntes. Com isso, o Brasil ultrapassou no ranking das maiores economias a Índia, a Coréia do Sul e a Holanda. Ainda assim, está distante da 8a. colocação que ocupou em 1998, quando o real estava valorizado.

– O Brasil poderia ter sido melhor (colocado) se não tivesse caído tanto em 2003, quando o PIB ficou praticamente estagnado, por conta do arrocho monetário no primeiro semestre. Poderia estar na 10a. posição – disse o consultor Alex Agostini, da GRC Visão.

Um dos principais impulsos de crescimento no ano passado veio da expansão dos investimentos, cuja taxa atingiu 19,6% em relação ao PIB, a maior desde 1998. Os investimentos somaram R$ 346,2 bilhões.

O presidente da Sociedade Brasileira de Estudos de Empresas Transnacionais e da Globalização Econômica (Sobeet), Antônio Correa de Lacerda, estima que a taxa deverá chegar a 21,5% este ano e a 23% em 2006.

Porém, lembra que esses níveis estão ainda abaixo de países asiáticos, na faixa de 30%.

Alta de preços eleva valor do consumo

Além disso, a taxa de poupança em relação ao PIB no ano passado cravou 23,2%, recorde na série histórica iniciada em 1991.

Segundo a gerente de Contas Nacionais Trimestrais do IBGE, Rebeca Palis, o crescimento na taxa de investimento, que reflete a compra de máquinas e equipamentos destinados à ampliação do parque industrial e da construção civil, é resultado direto do aumento da taxa da poupança.

– O que aconteceu é que as pessoas aproveitaram o câmbio baixo para poder amortizar. Aproveitaram essa poupança para aumentar o investimento no país e também para quitar dívida no exterior. A poupança bruta recorde teve esses dois destinos – explicou Rebeca.

Os brasileiros, por sua vez, consumiram R$ 95 bilhões a mais de um ano para outro. Apesar disso, sua participação no PIB atingiu o menor patamar da série histórica. Segundo o IBGE, o crescimento mais acentuado do investimento e das exportações justificou a redução.

Do total consumido pelas famílias, a maior parte foi fruto do aumento de preços – R$ 56,8 bilhões, ou 60% do valor. O aumento no poder real de compra no volume de aquisição de produtos ficou em R$ 38,2 bilhões.