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China quer frear seu comércio exterior

<p>Pequim espera reduzir ritmo de crescimento em 50%, ameaçando exportações brasileiras.</p>

Da Redação 08/03/2005 – A China espera reduzir em mais de 50% o ritmo de crescimento de seu comércio exterior neste ano, o que pode afetar as exportações brasileiras para o país, que já haviam perdido fôlego em 2004.

Em projeções apresentadas ao Congresso Nacional do Povo, o governo prevê expansão de 15% no valor das importações e exportações, índice bem inferior aos 35,7% registrados no ano passado, quando o comércio exterior atingiu US$ 1,15 trilhão, ultrapassando pela primeira vez a marca de US$ 1 trilhão.

Depois de crescer 32,5% e 80,0% em 2002 e 2003, respectivamente, as vendas do Brasil para a China cresceram apenas 20% em 2004. O país asiático chegou a ameaçar a posição da Argentina como o segundo mais importante destino das exportações brasileiras, mas terminou dezembro em quarto lugar, atrás da Holanda.

As exportações para a China representaram 5,64% do total, depois de terem atingido 6,20% em 2003, quando o país ficou em terceiro lugar entre os maiores importadores do Brasil. Os EUA lideraram o ranking, com 20,77% do total, seguidos da Argentina, 7,64%, e da Holanda, 6,13%.

Os números indicam que o Brasil precisará diversificar sua pauta de exportações para a China se quiser atingir a meta de duplicar -de US$ 10 bilhões para US$ 20 bilhões- o comércio bilateral em três anos, anunciada pelos presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Hu Jintao em 2004.

Outro caminho para atingir o objetivo é a China vender mais para o Brasil, exatamente o que ocorreu no ano passado, com alta de 72,7% das exportações do país asiático, para US$ 3,71 bilhões, o que gerou reclamações de industriais brasileiros.

Se forem computadas as exportações e importações entre os dois países, o comércio bilateral aumentou 37% em 2004, mais do que o intercâmbio do Brasil com seus sócios do Mercosul.

Metade dos US$ 5,44 bilhões de vendas brasileiras à China no ano passado foi concentrada em dois produtos básicos: soja e minério de ferro. A grande esperança brasileira de elevar as exportações é a carne. Os dois países assinaram em 2004 acordo que abre o mercado chinês à carne brasileira, mas ele ainda precisa ser implementado. A China mandou uma delegação para inspecionar os frigoríficos brasileiros, e o governo espera que o sinal verde seja dado ainda no primeiro semestre.

O petróleo foi o produto que registrou o maior aumento das vendas no ano passado: 843,72%, passando de US$ 22,27 milhões para US$ 210,13 milhões. Com crescimento econômico próximo de 9% há mais de duas décadas, a China se transformou no segundo maior consumidor do petróleo do mundo. No ano passado, a Petrobras inaugurou um escritório em Pequim, disposta a abocanhar parte desse mercado.