Redação SI 18/10/2004 – Os dejetos, quando mal manejados, geram problemas ao meio ambiente por coliformes fecais, metais pesados e nitratos na água, e metano na atmosfera. Se por um lado a suinocultura é a principal atividade em termos de potencial poluidor, por outro é um dos destaques da produção agrícola catarinense. A cadeia produtiva emprega 150 mil pessoas, desde o campo até a distribuição de produtos industrializados. É ainda responsável pela manutenção de 500 mil catarinenses no campo e movimenta quase R$ 3 bilhões por ano.
Medidas de controle e aproveitamento
A transformação dos dejetos suínos em adubo orgânico ou em biogás é o destino mais adequado aos dejetos excretados pelos suínos em Santa Catarina.
O professor alemão de mecanização agrícola, Gerhard Oeltjen, hoje aposentado, diz que o problema com o tratamento e destino dos dejetos suínos, vivido atualmente em Santa Catarina, foi presenciado na Alemanha nas décadas de 60 e 70. Gert, como gosta de ser chamado, conta que a questão do manejo e tratamento de dejetos na Alemanha foi tratada de duas maneiras.
Primeiro investindo na formação dos produtores para o uso dos dejetos como adubo e, principalmente, como adubo barato (eles não viam o esterco como adubo). Segundo, criando leis e decretos obrigando os produtores a usarem o esterco de porco na propriedade e limitando o uso de esterco por hectare. Desta forma, o excedente deveria ser vendido e/ou aplicado em outra propriedade por meio de contrato com produtores que não tinham suínos. “Quando o produtor usa o esterco como adubo, ele tem que ser de boa qualidade”, diz Gert, explicando que não se deve adicionar água no esterco, o que é possível se o local onde ficam os animais tiver piso bom e evitando lavar as instalações.
“Na Alemanha, as pocilgas possuem canais de esterco e piso ripado, o que possibilita suínos limpos, menos mosca e mau cheiro”, afirma.