Redação AI 02/07/2003 – Os supermercados resolveram entrar na briga contra a adição de água em excesso ao frango congelado, o que acaba fazendo com que o consumidor pague até 20% a mais do que deve pelo produto. De acordo com o superintendente da Associação Mineira de Supermercados (Amis), Adilson Rodrigues, a direção da entidade vai se reunir hoje com representantes da Associação dos Avicultores de Minas Gerais (Avimig), que reúne produtores e indústrias do setor de aves, para discutir como coibir a fraude. “Há pelotas de gelo nos pacotes, o que beneficia as pessoas que estão trabalhando errado”, denunciou. Conforme um balanço parcial da Secretaria de Defesa Agropecuária do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), 32% dos lotes de frango congelado analisados têm água acima do limite máximo permitido de 6% a 8%.
Rodrigues informou que, antes mesmo do anúncio das irregularidades pelo Mapa, os supermercadistas já tinham encaminhado queixas à Amis a respeito do assunto. Conforme o superintendente da Amis, a entidade já havia iniciado um levantamento preliminar, que identificou excesso de água em algumas amostras. Ele não revelou os nomes das marcas suspeitas, com o argumento de que a diretoria da Amis prefere “não fazer acusações levianas”.
O diretor de industrialização e processamento da Avimig, Antônio Carlos Vasconcelos Costa, disse que a entidade está preocupada com o assunto. Conforme Costa, a prática de aumentar a quantidade de água no frango acaba trazendo perdas à indústria como um todo, pois os fraudadores acabam vendendo seus produtos a preços abaixo do que é praticado no mercado.
Contudo, Costa ressaltou que é preciso verificar cada caso de irregularidade. O representante dos avicultores lembrou que o excesso de água no frango congelado pode ser provocado também por falhas eventuais no processo de produção. “O que tem que ser apurado é se foi um problema de produção ou uma prática contínua”, argumentou.
A análise parcial do Mapa, feita em 150 amostras recolhidas em “blitzen” no varejo, identificou casos de adição de até 23% de água no frango congelado. As penalidades previstas para os infratores vão da advertência à multa de até R$ 25 mil, interdição das linhas de produção e apreensão dos produtos no varejo.
O Mapa ainda não divulgou o nome das marcas reprovadas nos testes, pois o processo de avaliação não foi concluído. Em Minas Gerais, entre as marcas já fiscalizadas e aprovadas estão a Granja Rezende S/A, Hiperfrango Ltda, Organizações Francap Ltda, Cooperativa dos Granjeiros do Oeste de Minas Ltda, Recanto do Sabiá Alimentos S/A e Barbosa & CIA Ltda.